Deputados no plenário da Câmara durante sessão deliberativa em 22 de fevereiro — Foto: Zeca Ribeiro / Câmara dos Deputados
A janela partidária fechou na última sexta (1°) com amplo resultado positivo para a base de Jair Bolsonaro. O PL, legenda atual do presidente, tornou-se o maior partido da Casa. Os outros dois com o maior crescimento foram PP e Republicanos, ambos também da base governista. Ao todo, as legendas trouxeram 56 deputados para seus quadros.
Apesar do saldo favorável para a base governista, o verdadeiro ‘ganha-ganha’ fica com o Centrão. É o que avalia Bruno Carazza, colunista do Valor Econômico e autor do livro ‘Dinheiro, eleições e poder: as engrenagens do sistema político brasileiro’.
“Independentemente de quem seja o próximo presidente da República, muito provavelmente o Centrão vai ser mais forte e mais coeso a partir do ano que vem”, prevê Carazza em entrevista à Renata Lo Prete.
“Se der Bolsonaro, a gente vai ter uma versão muito mais turbinada do Centrão governando o país. Se der Lula, ou eventualmente qualquer outro é candidato, eles vão ter um grande desafio que é encontrar uma forma de governar tendo um Congresso dominado pelo Centrão mais conservador e cada vez mais ávido por dinheiro público, inclusive do orçamento secreto.”
Até as eleições em outubro, Bruno avalia que a agenda fiscal e a pauta ambiental seguem como prioridade para Lira: “Vão fazer de tudo para tentar estimular a economia brasileira a qualquer custo e aliviar o estrago que a inflação, o desemprego e o baixo crescimento econômico fazem sobre a popularidade de Bolsonaro.”