Com muita música, animação, resistência e muito orgulho, a comunidade LGBTQIA tomou conta da Avenida Getúlio Vargas, em Olinda, Região Metropolitana do Recife, na tarde deste domingo (4), na IV Parada da Diversidade do município. O tema deste ano foi ‘Vista sua Fantasia contra a Homofobia’.
A concentração aconteceu a partir das 11h, na Praça 12 de Março. Por volta das 14h30, os três trios elétricos seguiram pela avenida, com várias atrações musicais animando os presentes. O percurso seguiu até o prédio da Caixa Econômica, em Bairro Novo.
No local da concentração, foram distribuídos panfletos educativos, 10 mil preservativos, além da realização de uma palestra sobre Doenças Sexualmente Transmissíveis e a realização de 200 testes de HIV, em parceria com a Secretaria Estadual de Saúde.
Apesar da grande quantidade de gente, o coordenador geral da Parada da Diversidade de Olinda, Cleber Miranda, disse que o público presente foi menor do que o esperado por conta das chuvas. De acordo com ele, o evento tem como objetivo chamar atenção para a realização de políticas públicas que atendam às demandas da comunidade LGBTQIA .
“Deu tudo certo hoje. Conseguimos reunir as pessoas para lutar pelos nossos direitos. Agora, a gente já começa a se preparar para a próxima edição, no ano que vem”, disse Cleber. Garantida por projeto de lei municipal, a Parada da Diversidade de Olinda é realizada anualmente, todo primeiro domingo de setembro.
Para Danielly Kathleen de Souza, mulher trans, moradora de Ouro Preto, é necessário chamar a atenção da população para o respeito pela comunidade LGBTQIA .
Danielly Kathleen de Souza. Foto: Arthur de Souza/ Folha de Pernambuco
“Uma parada como essa chama muita atenção. Merecemos o respeito que não temos, porque o preconceito é muito grande. O preconceito é muito grande entre nós mesmos e entre a população em si. Quando tem esses eventos, eu sempre costumo comparecer, porque é o dia da gente, para a gente curtir e nos divertir”, disse Danielly.
“Um ato histórico, um ato de luta, um ato de dor”. É assim que a defensora dos direitos humanos, Lilian Fonthinelly, mulher trans que luta pelos direitos das mulheres trans, descreve a Parada da Diversidade.
Lilian Fonthinelly. Foto: Arthur de Souza/ Folha de Pernambuco
“A gente se diverte na Parada, e fazemos uma paralisação para reivindicarmos os nossos direitos que ainda são violados. A gente vai fazer essa reivindicação com festa, e mostrar que a gente tem que dar um basta nessa LGBTfobia, somos livres, resistimos, persistimos e somos resistência. Temos que realmente evoluirmos, estamos no século XXI, tem que ser um tempo igualitário para todo mundo”, destacou.
Roberta Mayara, de 28 anos, e Denise Alves, de 33, também estavam presentes no evento. Elas estão juntas há 4 anos. Para Roberta, ser uma mulher lésbica é um ato de amor.
Denise Alves e Roberta Mayara. Foto: Arthur de Souza/ Folha de Pernambuco
“Temos que ser respeitados, muita gente não aceita, é contra, o preconceito hoje é muito grande, e nós que somos lésbicas, gays, trans, bi, sofremos um preconceito muito grande, primeiramente pela família, e depois pela população que não aceita. Eu acho que para eles terem respeito, eles também devem nos respeitar. Precisamos ter o espaço da gente”, afirmou Roberta.
Além dos trios elétricos, houve a participação do boneco John John, que representa a comunidade LGBTQIA de Olinda e desfilou ao som de uma orquestra de frevo.
A Parada conta com o apoio da Prefeitura de Olinda, por meio da Coordenadoria LGBTQIA de Olinda, Secretaria de Mobilidade Urbana, Secretaria de Desenvolvimento Social, Cidadania e Direitos Humanos, Secretaria de Saúde, e Secretaria Executiva de Controle Urbano.
Veja também
reino unido RecifeLiz Truss é a nova líder dos conservadores e primeira-ministra britânica
Motorista perde o controle, e carro entra na faixa contrária da Via Mangue