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A Europol divulgou imagens da operação internacional

Um “supercartel” de drogas que controlava cerca de um terço do fornecimento de cocaína da Europa foi desmantelado, anunciou a Europol (agência de política internacional da Europa).

Uma investigação de dois anos resultou na prisão de um total de 49 pessoas e na apreensão de mais de 30 toneladas de drogas em quatros países europeus e em um no Oriente Médio, segundo um comunicado da Europol.

Autoridades de Espanha, França, Bélgica, Países Baixos e Emirados Árabes Unidos trabalharam juntas para derrubar o cartel. A operação também teve cooperação da agência de combate às drogas dos EUA, a DEA.

A fase mais recente da investigação foi chamada de Operação Desert Light e resultou na prisão de seis “alvos principais” — os mais procurados pela polícia internacional — em Dubai, nos Emirados Árabes.

Entre eles estava um cidadão britânico que é suspeito de comandar a operação e, segundo a polícia espanhola, vivia na Costa Del Sol antes de fugir para Dubai.

Outras prisões já haviam sido feitas. A maioria foi nos Países Baixos, em 2021, e as outras foram no início deste mês, entre 8 e 19 de novembro, durante incursões coordenadas na Espanha, na França e na Bélgica.

A Europol disse que os traficantes formavam uma “grande rede criminosa envolvida no tráfico de drogas em larga escala e na lavagem de dinheiro”. E acrescentou que a escala da operação antidrogas foi “enorme”.

A investigação teve uma série de esforços da polícia para hackear telefones criptografados usados ​​por redes de crime organizado para traficar drogas e lavar dinheiro.

A cocaína era importada da América do Sul através dos Países Baixos e foi o principal foco dos investigadores.

Um vídeo postado na página da agência no YouTube mostrou equipes de investigadores e cães farejadores vasculhando casas cheias de carros de luxo. No entanto, não está claro se algum bem foi apreendido durante as prisões.

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Um total de 30 toneladas de drogas foi apreendido

Fuga para Dubai

O britânico suspeito de chefiar o cartel havia fugido para Dubai depois de escapar de uma primeira tentativa de prendê-lo na Espanha. Ele supostamente continuou a liderar o cartel dos Emirados Árabes Unidos.

A Europol disse que um novo acordo com os Emirados Árabes permitiu que os detetives tivessem acesso a dados de inteligência do país e prendessem criminosos que antes estavam fora do alcance.

Uma fonte anônima da Europol disse à agência de notícias AFP que a polícia também prendeu outro suspeito holandês que é um “figurão” do tráfico com supostas ligações com Ridouan Taghi, “chefão” do crime nos Países Baixos.

Promotores holandeses disseram que pediriam a extradição dos suspeitos dos Emirados Árabes, onde agora enfrentam acusações de tráfico de drogas e lavagem de dinheiro em larga escala.

Analistas dizem que os dados da última década indicam que o tráfico de cocaína na Europa vem aumentando anualmente.

Os crimes relacionados ao uso ou posse de cocaína também estão aumentando, com cerca de 3,5 milhões de adultos consumindo a droga no ano passado.

No início deste mês, a polícia da Espanha realizou uma série de buscas que resultaram na descoberta da maior carga de maconha já encontrada. A maconha embalada encontrada equivale a aproximadamente 1,1 milhão de plantas.

‘Sem impacto significativo’

Apesar do tamanho do cartel, Niamh Eastwood, especialista em políticas sobre drogas, afirma que a operação não terá um impacto significativo no mercado de cocaína na Europa. Ela diz que se trata de um “mercado resiliente”.

Eastwood é diretora-executiva da instituição de caridade Release, que apoia a descriminalização e regulamentação de drogas como solução para o problema do tráfico.

Ela relembrou a operação de policiamento internacional de 2020 que derrubou a EncroChat, uma rede de smartphones modificados usados ​​por grupos do crime organizado. A operação levou à apreensão de 20 toneladas de drogas no Reino Unido.

“Na época, isso foi descrito como ‘a mais ampla e profunda operação do Reino Unido contra o crime organizado'”, disse Eastwood à BBC. “No entanto, a cocaína e outras drogas continuaram facilmente disponíveis em todo o país.”

*com informações de Mattea Bubalo, da BBC News