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Alex desapareceu aos 11 anos e foi encontrado aos 17

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Alex Batty (centro) desapareceu com sua mãe Melanie Batty e seu avô David Batty

Um estudante que trabalha como motorista de entregas no sudoeste da França foi quem encontrou o garoto inglês de 17 anos que havia desaparecido na Espanha em 2017.

Era madrugada, e o motorista Fabien Accidini levava remédios para farmácias perto da aldeia de Chalabre.

A chuva caía quando ele passou por um jovem que caminhava na beira de uma estrada montanhosa sem iluminação, por volta das 3h de quarta-feira.

O estudante de Toulouse ainda não sabia, mas estava diante de um jovem de 17 anos que decidira abandonar uma comuna espiritual itinerante – onde vivia com sua mãe – em busca da avó na Inglaterra.

Ele já caminhava pelos Pireneus há quatro dias.

O menino era loiro, bastante alto, vestia um suéter branco e calça jeans preta. Ele usava uma lanterna no escuro, tinha um skate debaixo do braço e uma mochila nas costas, disse Fabien Accidini, que está estudando para ser quiroprático.

Ele conta que ficou intrigado. O que esse jovem estaria fazendo no meio da noite, na chuva?

Accidini voltou e ofereceu uma carona ao adolescente. O menino entrou no carro e inicialmente disse se chamar Zach. Ele parecia bastante tímido.

“Tentamos falar em francês, mas notei que o francês dele não era bom e decidi falar com ele em inglês”, disse o motorista ao jornal La Dépêche du Midi.

“Conversamos por mais de três horas. Ele rapidamente revelou sua verdadeira identidade, Alex Batty, e depois me contou sua história. Ele contou como sua mãe o sequestrou quando ele tinha 12 anos.”

Como Alex foi parar lá

A mãe e o avô viajaram da Grande Manchester para férias de uma semana em Marbella em setembro de 2017.

A sua avó – e tutora legal – Susan Caruana disse à BBC em 2018 que acreditava que a mãe de Alex, Melanie Batty, e o avô, David Batty, tinham levado o menino para viver em uma comunidade espiritual no Marrocos.

Ela disse que eles buscavam um estilo de vida alternativo e não queriam que Alex fosse à escola.

Segundo o relato do motorista que o encontrou, o adolescente morou inicialmente com outras dez pessoas em uma luxuosa casa na Espanha antes de seguir para a França quatro anos depois.

Já era 2021, e ele e sua mãe haviam se juntado a uma “comuna espiritual um pouco estranha… longe de um estilo de vida normal” nos vales dos Pireneus. Ele não fez menção ao avô.

O entregador disse à TV francesa que Alex Batty não sabia realmente onde morava, apenas que era em algum lugar nas montanhas entre as duas regiões de Ariège e Aude, ao longo da fronteira sudoeste com a Espanha.

Fabien Accidini procurou seu nome na internet e descobriu quem ele era.

O adolescente estava com sede. Ele tinha dinheiro, mas não tinha telefone, então Fabien Accidini emprestou-lhe o celular e ele usou a conta do Facebook do motorista para entrar em contato com a avó, Susan Caruana, que também é sua tutora legal.

Suas primeiras palavras para a avó em seis anos foram muito breves: “Olá, vovó, sou eu, Alex, estou na França, Toulouse, realmente espero que você receba esta mensagem, eu te amo, quero voltar para casa.”

O estudante disse à TV francesa que o adolescente se sentiu aliviado por ter deixado a comuna itinerante.

“Ele não queria passar a vida inteira naquela comuna. Ele queria ter uma vida real com um futuro real.”

Embora acreditasse que o menino havia escapado, Fabien Accidini não sabia se o adolescente tinha alguma restrição de movimento na comuna.

Investigadores do Reino Unido agora tentam rastrear sua mãe e o avô.

Alex Batty estava interessado em ir a uma embaixada em uma grande cidade francesa, mas o estudante decidiu entrar em contato com a gendarmerie, a polícia militar francesa.

O motorista dirigiu até Revel, nos arredores de Carcassonne, e o deixou com os policiais locais, que verificaram sua identidade. Ele está agora em Toulouse, nas mãos das autoridades francesas.

A polícia britânica foi contatada através da embaixada em Paris.

O jovem deve retornar ao Reino Unido nos próximos dias, segundo a polícia francesa.

A polícia de Manchester, por sua vez, disse que sua família no Reino Unido está “extremamente aliviada” e vivenciando “uma série de emoções” após o adolescente ter sido encontrado.

A corporação disse ter como prioridade garantir o retorno seguro do jovem ao Reino Unido.