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Com treinos pelo Recife Esportes de Rendimento, atleta é convocada para Jogos Sul-Americanos da Juventude Sub-18

Programa da Prefeitura do Recife fornece material e acompanhamento aos esportistas, possibilitando preparação gratuita; competição será realizada em Rosário, na Argentina. (Foto: Divulgação)

Nem sempre a paixão pelo esporte vem à primeira vista. Com Pamela Santana, 16 anos, que estará entre os dias 5 e 8 de maio em Rosário, na Argentina, para os Jogos Sul-Americanos da Juventude Sub-18, o processo aconteceu de forma diferente. Beneficiada pelo Recife Esportes de Rendimento, programa da Prefeitura do Recife operacionalizado pela Secretaria de Esportes, a atleta teve uma reação inicial de susto com o atletismo, embora já tivesse passado por outras modalidades.

“Eu fazia ginástica rítmica e também já fiz natação. Uma colega que fazia ginástica junto comigo me chamou para o atletismo. Confesso que, logo de cara, não gostei”, conta a jovem. “Eu olhava assim para a pista, aquele tamanho todo, era um negócio muito grande. Na época, tinha nove anos, logo quando entrei, e faltava muito aos treinos. Foi a partir de uns 10 anos que comecei a frequentar direitinho”.

A idade com que a assiduidade nos treinos aumentou coincide com o acompanhamento de Daniel Gonçalves, 42 anos, um dos professores do Recife Esportes de Rendimento.

“A Pamela veio primeiro com uma amiga dela e rapidamente notei que tinha algo diferente. Ela corria entre os meninos e conseguia chegar na frente. Nenhum queria correr contra ela. Isso fez ligar o meu sinalzinho de alerta e passei a acompanhá-la com outros olhos”, explica o professor. “Com o passar do tempo, ela foi evoluindo bem. Com 12 anos, já foi para a primeira seleção dela, estadual. Foi finalista da competição na categoria entre 12 e 14 anos, nos 80 metros com barreira. No ano seguinte, foi vice-campeã. Com 14, foi campeã nos 80 metros com barreiras e nos 75 metros rasos.”

Aos 12 anos, Pamela participou do primeiro campeonato brasileiro escolar, em Curitiba. Aos 13, veio a primeira convocação internacional, quando viajou para o Peru. Também aos 13, em 2019, foi eleita pelo Comitê Olímpico Brasileiro (COB) como a melhor atleta entre 12 e 14 anos no feminino escolar. A segunda viagem para o exterior foi para o Paraguai, aos 14 anos. No mesmo país, em 2021, surgiu a primeira grande decepção.

“Fui para lá (Paraguai), mas acabei sendo cortada porque a minha companheira de quarto positivou no exame para Covid-19. Fiquei muito triste porque eu tinha passado por muitas coisas parta chegar até onde cheguei naquela convocação. Estava ainda com uma lesão no tornozelo. O corte me deixou muito desanimada, chorava direto. Mas fui me acostumando, deixando de lado, pensando que tudo na vida tem um propósito.”

Historicamente ligado ao atletismo, Daniel Gonçalves tem uma vida profundamente ligada ao esporte. Na época de atleta, isso rendeu bolsas em colégios. Tais conquistas geraram um sentimento de dívida. “Eu sentia que precisava retribuir o que o atletismo me deu”, explica. E tudo começou com um projeto pessoal sem remuneração, até conhecer o Recife Esportes de Rendimento.

“Eu dava treinos para o pessoal que mora próximo ao Centro Esportivo Santos Dumont, e também alguns alunos da rede municipal. Sempre que eu identificava algum possível talento, convidava para o meu projeto. Aí eu fiquei sabendo do programa Recife Esportes de Rendimento, fiz a inscrição e fui selecionado. Financeiramente, antes, com o meu projeto, eu não ganhava nada. Agora, com o programa, tenho o meu salário pago pela Prefeitura. Hoje eu dou aula para quase 100 pessoas. E não paro nisso. Estou sempre visitando escolas municipais, converso com os professores, passo de sala em sala convidando. Possibilita que o atleta não pague nada pelas aulas. A Prefeitura dá todo esse suporte para que o atleta tenha condições de treinamento. Há isso nas escolas, mas sabemos que é algo focado para aquele ambiente, não para o alto rendimento. Aqui, eles têm esse acompanhamento mais focado.”

E Pamela mira longe. Os percalços são naturais da caminhada, mas a jovem tem claro o lugar aonde quer chegar.

“Chorei de felicidade aqui na pista após esta última convocação. Estava tudo dando errado. Não estavam aceitando a minha foto. Inclusive, tinham me cortado. Mas o meu treinador conseguiu resolver isso e depois mandaram a solicitação para ele, dizendo que fui convocada. Tudo isso faz eu querer seguir competindo. Meu foco é chegar nas Olimpíadas. Treino para isso.”

Recife Esportes de Rendimento – o programa tem como objetivo preparar e formar atletas para os esportes de alto rendimento, oferecendo mais estrutura aos que já treinam, possibilitando melhor desempenho ao representar o Recife em competições regionais, nacionais e internacionais. São 12 modalidades: basquete, futsal, voleibol, handebol, vôlei de praia, atletismo, natação, badminton, luta olímpica, judô, karatê e ginástica rítmica. Elas são distribuídas entre o Geraldão, Centro Esportivo Santos Dumont, Parque Santana e Parque do Caiara. No mês de março, balanço mais recente, 998 esportistas foram acompanhados pelos professores do projeto.

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