A malha cicloviária do Recife está cada vez maior, mais conectada e com cada vez mais qualidade. Segundo a Pesquisa de Origem e Destino da Autarquia de Trânsito e Transporte Urbano (CTTU), mais de 78% dos recifenses chegam ao trabalho usando transporte público, de bicicleta ou a pé. Pensando nisso e na demanda cada vez maior de entrega por aplicativos, a CTTU realizou o evento “Bora de bike, Recife?”, em parceria com o Rappi, empresa de entrega por aplicativo. O encontro aconteceu nesta sexta-feira (19), no Compaz da Caxangá. Ao todo, 100 ciclistas entregadores receberam orientações de segurança viária de profissionais da CTTU e de primeiros socorros com o Samu Recife. Além disso, foi lançada uma nova edição da cartilha “Bora de bike, Recife?”, que convida os cidadãos ao uso da bicicleta.
Entre as dicas de segurança viária dadas aos ciclistas, as principais são:
* Se manter visível – sinalizar se for mudar de direção ou parar, utilizar luzes dianteiras e traseiras, além de roupas claras, especialmente à noite; evitar ao máximo andar no sentido contrário dos veículos motorizados.
* Cuidados com a bicicleta – observar os equipamentos de segurança, especialmente o capacete, se tiver; verificar as condições da bicicleta, como freios e desgastes dos pneus, além de redobrar a atenção se o piso estiver molhado para evitar quedas.
“Reunir ciclistas entregadores para dar essas dicas é fortalecer o conhecimento deles em relação ao trânsito e às condutas adequadas, tanto porque eles são os mais frágeis nas vias, quanto porque estão expostos a várias horas de trabalho nesse ambiente do trânsito que, muitas vezes, pode ser hostil. Então, aqui também vai o nosso apelo aos condutores de veículos motorizados para redobrar atenção e respeito aos ciclistas e pedestres porque eles estão muito mais vulneráveis nas ruas e um trânsito seguro é uma tarefa de todos”, destaca a presidente da CTTU, Taciana Ferreira. “A bicicleta já se estabeleceu no Recife. Por isso, é essencial que seja respeitada como um meio de transporte. Não podemos esquecer que são vidas em jogo. Se um condutor escolhe exceder velocidade ou se distrair com o celular, por exemplo, está colocando outras vidas em risco”, completa.
O coordenador local da Iniciativa Bloomberg de Segurança Viária no Recife, Gustavo Sales, destaca os avanços da capital pernambucana. “O Recife é uma cidade cada vez mais ciclável. Temos visto o avanço na infraestrutura de mobilidade ativa para pedestres e ciclistas, o que sempre vai garantir mais segurança para todas as pessoas. Readequar velocidades e adaptar as ruas para os mais frágeis fazem com que todos os atores do trânsito fiquem mais seguros”, afirma.
Confira as principais informações de respeito aos ciclistas:
* Manter, no mínimo, 1,5 metro de distância dos ciclistas – essa é a distância necessária estabelecida no Código de Trânsito Brasileiro para que o ciclista possa se movimentar sem o risco de colidir com os veículos motorizados;
* Não exceder o limite máximo de velocidade na via – o excesso de velocidade coloca todas as pessoas em risco e, no caso de pedestres e ciclistas, o risco aumenta ainda mais porque são os usuários mais frágeis;
* Não estacionar, não parar e, principalmente, não trafegar nas áreas restritas à bicicleta – não importa se a via tem trânsito ou se não tem ciclistas naquele momento, é fundamental que as rotas cicláveis sejam áreas seguras para esse meio de transporte e desrespeitar esses equipamentos coloca vidas em risco.
MALHA CICLOVIÁRIA – O Recife conta, atualmente, com 174 km de malha cicloviária, entre ciclovias, ciclofaixas e ciclorrotas, o que representa um aumento de mais de 600% desde 2013, quando havia 24 km desde 2013. Atualmente, mais de 90% desses equipamentos são conectados entre si e a manutenção das rotas cicláveis é feita com serviços diários em toda a cidade. A cartilha “Bora de Bike, Recife?” demonstra que aproximadamente 27% dos usuários de automóvel e 13% dos usuários de transporte públicos percorrem, diariamente, distâncias inferiores a 5 km (como do Marco Zero ao Parque da Jaqueira ou à Praia de Boa Viagem), o que daria 15 minutos de bicicleta. Todo o mapa da malha cicloviária do Recife pode ser acessado no aplicativo Conecta Recife, além das localizações das estações de Bike PE e das estações de Salva Bike. A cidade também já conta com 1.644 vagas públicas de paraciclos distribuídas no território, especialmente em áreas de interesse público como parques, equipamentos de cultura e mercados.
DADOS DE SINISTROS DE TRÂNSITO – As iniciativas para o fomento à mobilidade ativa e à segurança viária de pedestres e ciclistas têm levado o Recife a uma redução de sinistros de trânsito com esse público, que é o mais vulnerável nas vias. De acordo com o Relatório de Segurança Viária – Mobilidade Ativa 2021, o Recife diminuiu em 21% o índice de vítimas fatais entre os usuários de mobilidade ativa de 2020 para 2021. Ainda assim, esse público representa 46% das vítimas fatais em 2021.