Admirado por todo o mundo e tido como o principal ícone do Carnaval de Pernambuco, o Galo Gigante como é popularmente conhecido, está de pé na Ponte Duarte Coelho, após um hiato de dois anos por conta da pandemia da Covid-19. A escultura foi erguida na noite desta quinta-feira (16), trazendo um levante ao combate ao racismo já pelo nome com que foi batizado nesta edição: Galo Preto Ancestral.
A arte, assinada por Germana Xavier e Leopoldo Nóbrega, faz uma reverência às agremiações de matrizes africanas, representantes dos povos pretos e pardos. No momento em que foi colocado “de pé”, sob centenas de olhares ansiosos, o bloco pioneiro na preservação e transmissão de ensinamentos da cultura de matriz africana Afro Daruê Malungo realizava uma apresentação.
Para o artista Leopoldo Nóbrega, a obra carrega a responsabilidade de relembrar a mistura dos povos que há espalhados por todo o país, além de reforçar a inclusão e a diversidade.
“É um projeto que toca em aspectos delicados e que precisam ser tocados de forma muito sutil e com seriedade. O Galo traz inclusão, diversidade e a nossa força ancestral, principalmente pelo reconhecimento de quem nós somos e do quanto dos pretos há em nós, porque somos uma mistura. O Brasil é étnico”, afirmou.
Além da dupla de artistas que assinou o modelo, acompanharam a subida da escultura o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello, e o prefeito da cidade, João Campos, que classificou a obra como um símbolo mundial de negativa ao preconceito no Recife.
“O Galo Preto Ancestral é para a gente deixar claro que o nosso Carnaval não tolera preconceito e é diverso. O Galo é nosso maior símbolo e estamos dizendo ao Brasil e ao mundo que não aceitamos preconceito na nossa terra”, disse o prefeito João Campos, com exclusividade à Folha.
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