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Com carta assinada por mais de cem sócios, grupo de oposição pede renúncia de presidente do Náutico

Rebaixamento à Série C do Campeonato Brasileiro, contratações equivocadas de atletas, constantes mudanças de treinadores, descaso com o Centro de Treinamento Wilson Campos e com as divisões de base, descumprimento de artigos do Estatuto, além da alegação de falta de transparência na prestação de contas. Citando esses pontos, um grupo de oposição reuniu a assinatura de centenas de sócios e, nesta quarta (26), promoveu uma coletiva de imprensa, na Livraria Jaqueira, no Bairro do Recife, para solicitar a saída do presidente do Náutico, Diógenes Braga.

Inicialmente, os membros citam que a ideia não é um impeachment do mandatário, mas sim “convencê-lo” da ideia de deixar o cargo – embora alguns integrantes não descartem a possibilidade futura em caso de negativa do dirigente.

O movimento tem as presenças de antigos dirigentes do Náutico, como Thiago Dias e Aluísio Xavier, como também dos dois candidatos derrotados por Diógenes nas eleições presidenciais passadas, casos de Plínio Albuquerque e Bruno Becker.

“A liderança de Diógenes é solitária. Isso traz danos. Nenhum torcedor, nem o mais apaixonado, tem a capacidade de gerir um clube com a grandeza do Náutico sozinho. Isso é sinônimo de falência. Procuramos o presidente,  através de um mediador, antes do jogo contra o CSA, e dissemos que o clube ia descer para Série C. Que era preciso tomar uma providência enérgica, em caráter de urgência. Ele foi claro, dizendo que ‘tudo estava sob controle’. Disse que não cairia e que estava bem administrativamente”, frisou Plínio.

“Eu perguntei se pagar em dia era estar bem administrativamente. O que falar do CT? O que falar da saída dos últimos treinadores, que botaram o clube na justiça? Da reclamação dos torcedores, como a falta de higiene dos banheiros? As diversas contratações erradas? Sou prova de que muitos alvirrubros tentaram ajudar, mas não conseguiram. Eu disse que ele não era dono do Náutico. O clube tem uma torcida apaixonada. Ele foi colocado democraticamente pelos sócios, mas é como se fosse um ‘CEO’, com contrato de dois anos. Com uma péssima gestão no primeiro ano, com prejuízo na casa dos R$ 50 milhões”, continuou.

“Ninguém contesta o amor do presidente do clube. Falamos que, em um ato de grandeza, deveria renunciar ao cargo. É notório que o resultado da gestão não é satisfatório. Aqui não é partido político, mas sim um grupo preocupado. Não há espaço para falar de candidatura ou do planejamento para 2023. O Náutico é maior do que todos nós. Em nome disso, pedimos a renúncia dele. Não é impeachment. Pedimos que ele entenda que tentou, se esforçou, colocou as habilidades que ele tinha diante do clube que ama, mas não deu certo”, completou. 

Becker cita impeachment

Mesmo com o discurso de que a ideia não é um pedido de impeachment, Bruno Becker, ex-vice-presidente jurídico do Náutico, deixou claro que o tema poderia entrar em pauta no futuro. “O movimento é para demonstrar a Diógenes que a presença dele está sendo nefasta ao clube. Tudo passa pela saída dele. Não podemos descartar o processo de impeachment. Não é o que desejamos, mas se continuar com os desmandos de descumprimento de estatuto, é dever do conselheiro questionar. Isso faz parte de qualquer movimento democrático. Mas é a melhor saída para o clube? Não, porque é um processo desgastante”, apontou.

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Fonte: Folha PE

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