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Ciclo Natalino do Recife é oficialmente encerrado com queima da Lapinha

Programação foi finalizada no Sítio Trindade e contou também com apresentações do folclórico pastoril. (Foto; Marcos Pastich/PCR)

Compondo os dois dos mais antigos pastoris do Recife, o Estrela Brilhante e a Campinas Alegres, crianças e adolescentes vestidas de azul e encarnado dançavam e cantavam ao som de marchinhas e pandeiros personalizados para embalar a noite da quinta-feira (6), em homenagem ao Dia de Reis, e conduzir a tradicional Lapinha para queima, que simboliza o encerramento do ciclo de Natal do Recife. O evento, que exalta as tradições da cultura popular, foi realizado pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e Fundação de Cultura Cidade do Recife, com condução do especialista em cultura popular Marcelo Varela, ao som de Mendes e Sua Orquestra, dentro do Sítio Trindade. 

“A gente vive hoje um momento muito simbólico e importante, um rito de passagem e encerramento de um ciclo. O ciclo do Natal deste ano foi de Esperança. Ou seja, apontar para o futuro com vontade de viver dias melhores, vivendo uma programação descentralizada e diferenciada pela cidade, reafirmando a tradição da nossa cultura natalina e da nossa crença no futuro”, destacou o secretário de Cultura do Recife, Ricardo Mello.

Em função dos protocolos sanitários para conter a covid-19, por mais um ano, não houve cortejo dos pastoris. “Estou feliz por voltar a dançar, por trazer alegria e coordenar os cordões. Para que haja segurança para todos, a gente não pode se aglomerar, precisa estar sempre de máscara, tem que ter sempre um cuidado e isso dá um aperto no peito”, lamentou a Diana do pastoril Campinas Alegres, Juliana Dantas, 17 anos.

“Pedimos a São José que acabe com essa pandemia, que acabe com a doença”, sacramentou a brincante Cristina Andrade, mestre de pastoril, baluarte da cultura popular e Patrimônio Vivo de Pernambuco.

Para completar a cerimônia de encerramento do ciclo, antes da queima da Lapinha, recifenses colocaram pedidos para serem consagrados à chama, com a esperança de que sejam realizados neste novo ano que se inicia. Feita de folhagens secas e incensos, a lapinha foi queimada ao som dos cânticos do pastoril. Trazida pelos jesuítas nos idos do século XIX, a tradição tem seu simbolismo relacionado à manjedoura onde nasceu o Menino Jesus e ao dia em que ele foi visitado pelos três reis magos.

“Há muitos anos acompanho esse evento. Acho muito bonito e me faz relembrar tanta coisa. Cheguei cedo, fiz meu pedido, acompanhei tudo desde o início”, contou a professora Luzinete Silva, 58 anos.

A programação natalina da Prefeitura do Recife teve início no último dia 10 de dezembro, espalhando mais de 80 apresentações de pequeno porte por toda a cidade, para levar as manifestações da cultura popular ao encontro do público recifense no centro e nos bairros, além de parques, mercados públicos e postos de vacinação, em descentralizadas atividades, oferecidas gratuitamente e a céu aberto.

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