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Caminhada do Forró e Desfile das Bandeiras ganham as ruas do Recife Antigo

Na noite desta quinta (15), o São João da capital, um dos mais autênticos festejos nordestinos, convidou todo mundo para arrastar o pé pelo Recife Antigo. A festa, preparada pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria de Cultura e da Fundação de Cultura Cidade do Recife, já mudou a cara e a rotina do bairro para a celebração. O prefeito da cidade, João Campos, esteve presente no encontro de duas tradicionais programações juninas: a Caminhada do Forró e o Desfile das Bandeiras, que reuniram em um cortejo único, sanfonas e forrozeiros, bandeiras e brincantes de agremiações e grupos culturais do Recife para espalhar o balancê.

 

“Recife é a cidade da cultura, de todos os ritmos e a gente tem uma grande  e tradicional festa de São João, Santo Antônio e São Pedro. Essa caminhada é um tradicional pontapé da nossa festa. O nosso Recife Junino está de pé, montado e está lindo. Agora o nosso Ciclo Junino também está no centro da cidade, um espaço para viver a efervescência da nossa cultura”, falou o prefeito João Campos.

A concentração do encontro entre a Caminhada e o Desfile começou na Rua da Moeda, ao som do forrozeiro Damião Mota. Depois, o cortejo seguiu em direção à Praça do Arsenal, reunindo as orquestras Vereda Tropical, 19 de Fevereiro e 90 graus, além de 13 bandeiras, com seus brincantes como abre alas: São João do Deveras, São João do Bacnaré, São João do Cordas e Retalhos, São Pedro de Brasília Teimosa, São João do Bloco das Ilusões, São João Eu Quero Mais, São João do Arraial, Santo Antônio de Brasília Teimosa, São João da Várzea, São João de Água Fria, São João do Bonde, São João da Carroça do Bonde e Bloco Compositores e Foliões.

Cátia Magali Moura, 60 anos, brincante há 21 anos, veio de Moreno para desfilar pelo bloco Bandeira de São João. “Enquanto eu tiver saúde, não falto nenhum desfile porque amo o Carnaval e o São João. Faz 18 anos que participo desse evento e a felicidade está a mil”, comemorou.

 

Na emenda, engrossando o coro do forró, a Caminhada reuniu uma verdadeira orquestra junina pelas ruas do Recife, formada por dezenas de sanfoneiros e zabumbeiros. Um deles era Jair Zabumba, do Forró do X, que participa há 16 anos do evento e aproveitou para levar os amigos e seu filho, Pedro do Acordeon. “Trouxe muita gente para prestigiar esse evento maravilhoso, inclusive meu filho. Todo ano essa festa é especial. Ela não pode deixar de existir”, destacou, celebrando o legado do forró que perpassa as gerações de sua família.

Em sua 18ª edição, a programação, que rendeu homenagem à artista Irah Caldeira, também homenageada pelo São João do Recife, e à jornalista Jô Mazarollo, terminou na Praça do Arsenal. No local, o palco montado pela Prefeitura do Recife recebeu um grande encontro de gerações de instrumentistas e vozes que, há décadas, celebram, preservam e renovam as tradições forrozeiras.

 

O Secretário da Cultura do Recife, Ricardo Mello, também acompanhou a Caminhada e ressaltou a importância da cultura para a cidade. “A Caminhada do Forró e o Desfile das Bandeiras são uma grande largada do nosso ciclo junino, que vai da festa de Santo Antônio até a de São Pedro. Esses eventos de hoje são uma tradição do ciclo que reafirma nossas tradições culturais. A gente junta forró, coco, ciranda, tudo isso. Estamos vivendo mais uma vez um ciclo especial como foi o Carnaval. A cultura é assim, é encontro, é rua, é ocupação de espaço. O São João é nossa raiz, nosso sangue”, comenta.

Em cima do palco da Praça do Arsenal, a abertura dos shows ficou por conta da conversa musical entre Cezzinha, Beto Hortis e Karol Maciel, seguidos por André Macambira, Thalita Acioly e Josildo Sá. Madrinha dos sanfoneiros pernambucanos, Terezinha do Acordeon recebeu Larissa Lisboa. Petrúcio Amorim, um dos grandes incentivadores do evento, tocou em parceria caprichada e inédita com Martins. Além disso tudo, ainda teve a rainha do forró, Anastácia, dividindo microfones e refrões com Almério.

 

A despedida foi em grande estilo, com um encontro entre os herdeiros da tradição musical nordestina: Daniel Gonzaga, neto do Rei do Baião, Pecinho Amorim, filho de Petrúcio, e Juba, filho de Alceu Valença, cantando os próximos capítulos dessa história, que ainda tem muitos quilômetros e decibéis de Caminhada.

 

Lúcia de Paula, professora, 55 anos, já aproveitou muitos Desfiles das Bandeiras e se emociona com a festa.  “Essa celebração de hoje é muito bonita, neste mês maravilhoso e exaltando os Santos Juninos. É lindo demais ver esse resgate da nossa cultura, essa volta com toda efervescência cultural que é a nossa cidade”, comenta.

Para conferir a programação todinha e não perder nenhuma oportunidade do Ciclo Junino do Recife, basta acessar o portal Conecta Recife (https://conectarecife.recife.pe.gov.br) e seguir o Instagram @saojoaodorecife, que tem festa para todo santo e para todo gosto.

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