O poder de fogo do ataque do Brasil chega questionado para o jogo contra a Coreia do Sul pelas oitavas de final da Copa do Mundo do Catar, na próxima segunda-feira.
Os atacantes da Seleção, forte candidata ao título, passaram em branco na derrota contra Camarões (1 a 0) na última rodada do Grupo G do Mundial, apesar das 19 finalizações, seis delas na direção do gol de Devis Epassy.
O Brasil vinha de dez jogos consecutivos balançando as redes. A última vez que o ataque brasileiro não marcou pelo menos um gol foi no empate em 0 a 0 com a Argentina no dia 16 de novembro do ano passado, pelas Eliminatórias Sul-Americanas.
Com o time já classificado, o técnico Tite escalou contra os camaroneses vários reservas para pegarem ritmo e decidiu poupar seus principais jogadores, após as lesões de Neymar, Danilo e Alex Sandro.
Embora não sejam titulares, entraram em campo atacantes de peso como Gabriel Jesus, Rodrygo, Pedro, Gabriel Martinelli e Antony, todos sem conseguir vazar o goleiro Epassy, que estava em noite inspirada.
Nas vitórias sobre Sérvia e Suíça, a Seleção também mostrou baixa efetividade: contra os sérvios foram dois gols em dez finalizações certas e contra os suíços um gol em apenas cinco.
No total, um balanço discreto de três gols em 21 chutes a gol, o pior desempenho brasileiro em uma fase de grupos de Copa do Mundo desde 1978, quando o time marcou duas vezes.
É toda uma surpresa para um elenco que marcou 18 gols nos cinco jogos prévios ao início do Mundial do Catar.
À espera de Neymar
“Criamos bastante e não podemos errar tantos gols”, lamentou o volante Fabinho após a derrota para Camarões.
A baixa efetividade do ataque aumentou a expectativa pelo retorno de Neymar, que está a dois gols (75) de se igualar a Pelé (77) como o maior artilheiro da história da Seleção.
O astro do Paris Saint-Germain machucou o tornozelo direito na estreia contra a Sérvia, em que Richarlison brilhou marcando duas vezes, incluindo um golaço de voleio.
Está previsto que Neymar faça neste sábado trabalhos de campo com a bola e sua presença não está totalmente descartada contra a Coreia do Sul.
“Espero que ele volte. Todos viram a falta que ele fez nesses dois últimos jogos. Acho que com a volta dele meu papel lá na frente melhora, toda a equipe melhora”, disse o camisa 9, que não jogou contra Camarões.
No primeiro duelo sem Neymar, contra a Suíça, o ataque liderado por Richarlison, Vinícius Júnior, Lucas Paquetá e Raphinha não teve sucesso.
Um volante de contenção, Casemiro, fez o gol da vitória aos 38 minutos do segundo tempo, após uma triangulação com Vini e Rodrygo.
“As dificuldades vêm das defesas dos rivais, são todas fortes, estão bem posicionadas e é difícil de entrar”, explicou Rodrygo, que ocupou o lugar de Neymar contra Suíça e Camarões.
Um novo desfalque
Sem o camisa 10 e com um time ‘B’, Gabriel Jesus assumiu a responsabilidade ofensiva contra os camaroneses ao ser o jogador com mais rodagem internacional entre os escalados por Tite no ataque.
Autor de cinco gols nos 14 jogos do Arsenal nesta temporada no Campeonato Inglês, Jesus passou em branco contra os africanos e foi substituído aos 19 minutos do segundo tempo sentindo o joelho direito.
A CBF informou neste sábado que o atacante está fora da Copa do Mundo devido à “impossibilidade de recuperação a tempo”. O mesmo aconteceu com o lateral-esquerdo Alex Teles.
Com sua ausência, as opções para a posição de centroavante se reduzem a Richarlison e Pedro.
O atacante do Tottenham advertiu que não há tempo para lamentar e que a derrota para Camarões deve servir como aprendizado para o Brasil contra a Coreia do Sul.
A Seleção goleou o time sul-coreano por 5 a 1 em um amistoso disputado em Seul, em junho, com o ‘Pombo’ marcando um dos gols.
“É uma equipe que é agressiva, forte. Não pode ter erro”, afirmou. “Querendo ou não, hoje (contra Camarões) a gente ligou o alerta”, concluiu Richarlison.
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Fonte: Folha PE