Três pessoas foram mortas a tiros em Jerusalém depois que dois homens fizeram disparos contra pessoas em um ponto de ônibus.
Pelo menos outras 16 ficaram feridas — três delas em estado grave.
A polícia afirma que o ataque foi realizado por “dois terroristas armados, irmãos na casa dos 30 anos, do bairro de Zur Baher, em Jerusalém Oriental”, por volta das 07h40, horário local.
Os agressores “dispararam contra civis em estações de ônibus e transporte, usando um rifle M-16 e uma pistola”.
Segundo um porta-voz da polícia, os agressores foram mortos por dois soldados fora de serviço e um civil antes da chegada da polícia.
O ataque veio um dia após dois meninos palestinos, de 8 e 14 anos, terem sido baleados e mortos durante um ataque do Exército de Israel na cidade de Jenin, na Cisjordânia.
Israel também anunciou nas últimas horas uma extensão no cessar-fogo em Gaza pelo sétimo dia, enquanto mediadores internacionais tentam negociar a libertação de mais reféns detidos pelo Hamas.
Na quarta-feira (29/11), 12 reféns israelenses e quatro tailandeses voltaram a Israel.
Em troca, 30 mulheres e adolescentes palestinos foram libertados das prisões israelenses.
Os ataques do Hamas a Israel em 7 de outubro mataram 1,2 mil pessoas. Cerca de 240 indivíduos foram detidos como reféns
Desde então, o Ministério da Saúde de Gaza, administrado pelo Hamas, afirma que mais de 14,8 mil pessoas foram mortas na campanha de retaliação de Israel, incluindo cerca de 6 mil crianças.
Quem são os autores do ataque
O ministro da Segurança Nacional de Israel, Itamar Ben Gvir, disse que os dois homens que atiraram nas pessoas que estavam no ponto de ônibus são membros do Hamas e residiam em Jerusalém Oriental.
“Aparentemente, eles são agentes do Hamas, que usa duas vozes diferentes: uma para o cessar-fogo e outra para o terror”, disse Gvir aos repórteres no local do ataque.
O ministro acrescentou que o ataque mostra a importância da distribuição de armas aos civis em Israel.
Ben Gvir supervisionou pessoalmente a distribuição de milhares de novas armas de fogo aos colonos israelenses na Cisjordânia.
Extensão da trégua
A trégua em Gaza foi prorrogada depois que o Hamas deu a Israel uma nova lista de mulheres e crianças reféns que seriam libertados, informou o jornal Israel Hayom.
O jornal acrescentou no X (o antigo Twitter) que o gabinete de guerra de Israel decidiu “por unanimidade” na noite de quarta-feira (29/11) que os combates seriam “reiniciados imediatamente” se o Hamas não entregasse uma nova lista de reféns que seriam liberados.
O anúncio de Israel de que a trégua seria prorrogada foi feito minutos antes de o cessar-fogo acordado anteriormente expirar.
O país mediador, o Catar, confirmou na quinta-feira (30/11) que a trégua continuaria por mais um dia.
“Os lados palestino e israelense chegaram a um acordo para estender a pausa humanitária na Faixa de Gaza por mais um dia sob as condições existentes, que são a paralisação de todas as atividades militares e a entrada de ajuda humanitária em Gaza”, disse Majed Al Ansari, porta-voz do Ministério das Relações Exteriores do Catar, em um comunicado.
O Catar esteve envolvido em intensas negociações, com o apoio do Egito e dos Estados Unidos, para prolongar a trégua em Gaza.
Até a noite passada, 102 reféns haviam sido libertados pelo Hamas, enquanto 210 prisioneiros palestinos deixaram as prisões israelenses.
Centenas de caminhões com ajuda humanitária, material médico e combustível também foram autorizados a entrar em Gaza nesse meio tempo.
Aumento das tensões fora de Gaza
Segundo o repórter da BBC News Wyre Davies, que está em Jerusalém, o ataque no ponto de ônibus talvez demonstre como a guerra em curso em Gaza aumenta as tensões em Israel e nos Territórios Palestinos ocupados.
Os dois atiradores eram conhecidos pelos serviços de segurança israelenses como apoiadores do Hamas de Jerusalém Oriental e ambos cumpriram penas de prisão pelo que foi descrito como “atividade terrorista”.
Pouco depois do ataque ao ponto de ônibus, a polícia israelense divulgou imagens que mostram uma grande quantidade de balas e outros materiais para armas de fogo no carro dos agressores, sugerindo que talvez eles tivessem planejado um ataque ainda mais amplo em outro local da cidade.
Um incidente semelhante ocorreu há duas semanas, quando cinco israelenses ficaram feridos e um membro dos serviços de segurança do país foi morto num ataque a tiros num posto de controle entre Belém e Jerusalém.
Fonte: BBC
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