A nova pesquisa do Ipec (ex-Ibope), divulgada nesta segunda-feira (15/8) mostra que o presidente Jair Bolsonaro teve uma melhora nas taxas de aprovação do seu governo desde dezembro, quando o último levantamento do instituto foi feito. Mesmo assim, o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aparece liderando as intenções de voto para a Presidência da República com dianteira em estados considerados “chave” como Minas Gerais e São Paulo e chances, dentro da margem de erro, de vencer no primeiro turno se a eleição fosse agora.
No cenário estimulado, em que os entrevistados recebem uma lista de candidatos, Lula aparece com 44% das intenções de voto, seguido por Bolsonaro, que tem 32%. Ciro Gomes (PDT) tem 6%, Simone Tebet (MDB) tem 2% e Vera Lúcia (PSTU) aparece com 1%. Brancos e nulos representam 8%. Não souberam responder ou não responderam somaram 7%. Nenhum dos outros candidatos conseguiu chegar a 1%.
Parte dos dados divulgados pelo Ipec nesta segunda-feira não é exatamente comparável ao que havia sido divulgado em dezembro de 2021.
Isso acontece porque houve mudanças nos nomes dos candidatos apresentados aos entrevistados. Em dezembro, por exemplo, o ex-juiz e ex-ministro da Justiça Sergio Moro (União Brasil) e o ex-governador de São Paulo João Doria (PSDB) apareciam como candidatos. No atual levantamento, esses nomes não aparecem.
Mesmo assim, os dados divulgados pelo instituto até o momento estão em linha com tendências apresentadas por outros institutos. A pesquisa foi feita após o governo tomar medidas na área econômica como a criação de benefícios para caminhoneiros e taxistas e a ampliação do valor do Auxílio-Brasil de R$ 400 para R$ 600.
A pesquisa ouviu 2 mil pessoas entre os dias 12 e 14 de agosto em 130 municípios. A margem de erro é de dois pontos percentuais para mais ou para menos. Os dados foram divulgados por veículos do grupo Globo, entre eles a TV Globo, G1 e jornal O Globo.
Aprovação ao governo Bolsonaro cresce
Um dos dados que pode ser comparado aos de dezembro do ano passado é o que mede a aprovação e reprovação do governo Bolsonaro.
Nesse quesito, os entrevistados têm que responder à seguinte pergunta: “Na sua avaliação, o governo do presidente Jair Bolsonaro está sendo:”
As opções são: ótimo, bom, regular, ruim ou péssimo.
E segundo o levantamento mais recente, a aprovação ao governo Bolsonaro aumentou.
Em dezembro, 19% das pessoas entrevistadas avaliavam o governo Bolsonaro como ótimo ou bom. Em agosto, essa taxa subiu para 29%, uma diferença de dez pontos percentuais.
Entre os que acham o governo regular, a variação foi de 25% para 26%. Já entre os que avaliam o governo como ruim ou péssimo, essa taxa caiu de 55% para 43%.
Outra pergunta que mede a forma como o eleitorado avalia a performance de Bolsonaro na presidência é sobre a forma dele governar.
Nesse quesito, a pergunta é: “E o senhor (a) aprova ou desaprova a maneira como o presidente Jair Bolsonaro está governando o Brasil?”.
Entre os que disseram aprovar a forma de Bolsonaro governar, a variação foi de 27% em dezembro para 37% em agosto.
Entre os que afirmam desaprovar, a variação foi de 68% para 57%. Seis por cento dos entrevistados não souberam ou não responderam à questão.
Os dados mais recentes do Ipec mostram que Lula lidera a corrida eleitoral nos cenários estimulado, espontâneo (quando os entrevistados não recebem uma lista de candidatos) e no segundo turno. De acordo com o portal G1, Lula tem chances, dentro da margem de erro, de vencer as eleições no primeiro turno.
No cenário estimulado, Lula aparece com 44% das intenções de voto contra 32% de Jair Bolsonaro.
No levantamento de dezembro, Lula aparecia com 48% e Bolsonaro com 21%. Como a lista dos candidatos mudou entre um cenário e outro, os dados não são exatamente comparáveis.
Considerando apenas os votos válidos (excluídos os brancos e nulos), Lula aparece com 52%, Bolsonaro com 37%, Ciro Gomes com 7%, Simone Tebet com 2% e Vera Lúcia com 1%.
Pelas regras eleitorais, se algum candidato tiver mais de 50% dos votos válidos, a disputa acaba no primeiro turno. Esse cenário, porém, está dentro da margem de erro da pesquisa, que é de dois pontos percentuais para mais ou para menos.
Lula também lidera a simulação de segundo turno feita pelo Ipec. Na disputa, Lula teria 51% dos votos contra 35% do atual presidente.
A possibilidade de vitória em segundo turno, ainda que dentro da margem de erro, também havia sido apontada pela última pesquisa do Instituto Datafolha divulgada em julho deste ano.
Em pesquisa espontânea, Bolsonaro oscila 10 pontos percentuais
Um dos dados que mais chamou atenção na pesquisa foi a oscilação positiva de Bolsonaro no cenário espontâneo.
Nesse quadro, os entrevistadores não apresentam uma lista de candidatos aos entrevistados. Eles precisam usar a memória para indicar seu candidato favorito.
Nesse cenário, Bolsonaro apresentou uma alta de 10 pontos percentuais em relação à pesquisa de dezembro do ano passado. Na época, Bolsonaro tinha 20% das intenções de voto espontâneo. Agora, ele aparece com 30%. Lula, por sua vez se manteve estável com 40%.
Ciro Gomes saiu de 2% para 3%. Brancos e nulos que, em dezembro, eram 13%, agora são 9%. A taxa dos eleitores que não sabem ou não responderam saiu de 21% para 16%.
Lula lidera em estados-chave: Minas Gerais e São Paulo
A pesquisa do Ipec também mostra que o candidato petista mantém a liderança não apenas no cenário nacional, mas também em estados considerados “chave”: São Paulo e Minas Gerais.
De acordo com reportagem publicada pelo jornal O Globo, Lula tem 38% das intenções de voto contra 28% de Bolsonaro. Em Minas Gerais, Lula teria 39% contra 26 de Bolsonaro, uma diferença de 13 pontos percentuais.
Minas Gerais e São Paulo são, respectivamente, o primeiro e o segundo maiores colégios eleitorais do Brasil.
Somados, os dois estados têm 50,8 milhões de eleitores, o equivalente a aproximadamente um terço do total de eleitores de todo o país, estimado em 156 milhões.
Além da importância numérica, vencer em Minas Gerais é considerado fundamental para as pretensões presidenciais de qualquer candidato. A última vez em que um candidato chegou à Presidência sem vencer em Minas Gerais foi em 1950.
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