Após ter sediado e vencido a Copa do Golfo, o Iraque voltou a ter esperança em receber competições esportivas em sua região. O título que veio após um jejum de 35 anos, também coroou um retorno que mobilizou milhares de pessoas a estarem no Estádio Internacional de Basra, para vibrar por uma nova abertura a eventos internacionais.
Nesta quinta, a seleção iraquiana bateu o Omã, por 3 a 2, no Estádio Internacional de Basra. A vitória veio na prorrogação, com muita emoção, e em uma data extremamente simbólica para o país: o Iraque voltou a sediar o evento depois 44 anos – a ultima vez tinha sido em 1979.
Os iraquianos chegaram ao seu quarto título na competição, triunfando em cima de seleções fortes, como a Arábia Saudita, na fase de grupos, e também Catar, nas semifinais. A vitória na competição e a realização do evento no país marcam um retorno gradativo dos compromissos internacionais às cidades iraquianas, após décadas de proibições devido a condições de segurança.
O momento é extremamente significativo para o país. A euforia para assistir ao jogo da final foi tanta que, cinco horas antes da partida começar, o Estádio Internacional de Basra, que tem capacidade para 65 mil pessoas, já estava lotado.
Torcedores sem ingresso lotaram as ruas ao redor do local e terminaram geraram uma confusão que acabou em tragédia: uma pessoa morreu e outras dezenas ficaram feridas. Horas depois do ocorrido, o Ministério do Interior informou que tudo já tinha normalizado.
O país investiu fortemente nesta edição com o objetivo de recuperar sua imagem diante dos participantes da competição. Em preparação para receber o evento, diversos moradores do Iraque pintaram murais coloridos pelo país.
O ano de 1979, quando foi sediada pela ultima vez a competição no país, foi emblemático não só para os iraquianos, mas para todos os integrantes do Golfo Pérsico, por ter sido anterior a 1980, quando se iniciou o conflito entre Irã e Iraque, que custou a vida de milhares de pessoas.
Da perspectiva esportiva, a guerra no país gerou diversas sanções expedidas pela Fifa ao país por guerras e invasões em sua região – os torneios internacionais passaram longe de lá por diversas décadas.
Anos depois, após a invasão norte-americana no Iraque, em 2003, o país liberou apenas dois jogos em seu território, válidos pelas eliminatórias da Copa do Mundo em 2011 e 2019. Sediar o evento não é visto apenas como uma competição no local, mas de uma perspectiva de renovação e esperança pela população.
Nas redes sociais, o presidente da Associação de Futebol do Iraque, Adnan Darjal, parabenizou a seleção pela conquista e ao também agradeceu o apoio do governo Iraquiano.
O ministro dos esportes e presidente do Comitê Olímpico e Paraolímpico da Arábia Saudita, Abdulaziz bin, também parabenizou a equipe iraquiana e acenou positivamente para o Omã.
A Copa do Golfo reuniu oito países. São eles: Iraque, Kuwait, Omã, Arábia Saudita, Bahrein, Catar, Iêmen e Emirados Árabes Unidos.
Veja também
Futebol assédio sexualTabu em jogo: Santa Cruz nunca venceu o Vitória atuando na Bahia
Daniel Alves detido: entenda a acusação de assédio sexual que o jogador enfrenta
Fonte: Folha PE