Quem viveu, tem a oportunidade de relembrar. As pessoas que não tinham nascido podem descobrir o que de mais importante aconteceu no estado, em meio século. Nesta sexta (15), o Globo Repórter especial festeja os 50 anos da Globo Pernambuco, mostrando fatos e entrevistas e contando histórias que informaram e emocionaram (veja vídeo acima).
Pelas lentes da TV Globo é possível conhecer as belezas naturais e vibrar com o esporte e a cultura. O especial também apresenta fatos marcantes da política e economia e mostra como o estado encarou tragédias e se preparou para viver o presente e o futuro. Histórias contadas por quem presenciou os fatos marcantes.
No primeiro bloco, é possível relembrar a ação do prático Nelcy da Silva Campos, que evitou a destruição do Centro do Recife, em 1985, quando um navio com mais de duzentas toneladas de produto inflamável pegou fogo e explodiu causando pânico na cidade.
Um ato heroico que provocou mudanças do Porto do Recife, construído ainda no Brasil colônia. O mesmo ponto de atracação de navios que recebe os turistas para movimentar a economia pernambucana.
E falando em atividade portuária, Suape, no Litoral Sul, virou sinônimo de transporte de mais de três milhões de toneladas de mercadorias por ano. No centro industrial, 150 empresas transformaram a paisagem que, um dia, era apenas canavial.
Porto de Suape fica no Litoral Sul — Foto: Reprodução/TV Globo
De lá, saem até turbinas para produção de energia gerada pelos ventos. No Agreste, região castigada pela falta de água, são os sistemas eólicos que que garantem o abastecimento para mais de 30 mil casas por hora.
Terra dos altos coqueiros e de muito sol, Pernambuco mostrou, pelas lentes da Globo, como é possível gerar energia. No Sertão um parque com 190 hectares de painéis solares produz energia para 800 mil famílias.
Também na infraestrutura, a Globo mostrou como foi a transformação da BR-232, a primeira a ser duplicada no estado. Pela estrada, chegam e saem as mercadorias que movem a economia.
No Agreste, surgiu o segundo maior polo produtor de roupas do Brasil. São oito milhões de peças por ano.
Pela mesma rodovia, é possível chegar até polos tradicionais da cultura pernambucana. Barro, madeira, tecido e palha. Cada cidade com sua especialidade e um toque que só aqui tem.
Uma produção cultural que tem na música seus expoentes. Luiz Gonzaga, o Rei do Baião. É a cara do forró, ritmo consagrado que ajuda fazes do interior roteiro essencial para quem gosta das festas de São João.
Um evento de superlativos. Em Caruaru, no Agreste, é tudo gigante. O cuscuz, a pamonha e o público, que segue para a Capital do Agreste, em junho.
São João de Caruaru é uma das maiores festas do estado — Foto: Janaína Pepeu/Divulgação
No Sertão, a partir da inspiração da tradição, surgiu a Missa do Vaqueiro, homenagem para aqueles que vivem de fé e esperança em dias melhores, mas que passaram por tragédias naturais, como a seca.
Nos anos 80, a estiagem deixou um rastro de destruição e morte na caatinga pernambucana. Famílias perderam seus filhos, por desnutrição, diarreia e desidratação.
Bravo, o povo do interior encara as adversidades. Com trabalho, ergueu em municípios do Agreste e Sertão polos de agropecuária, com destaque para grãos, leite e ovos.
Sem falar nas frutas, como uva e manga, que transformaram a árida paisagem sertaneja em um oásis de comércio para o exterior.
Da economia tirada da terra, para os negócios do futuro. No Recife, o Porto Digital conta com 330 empresas para desenvolver softwares e tecnologia de ponta, colocando o estado na vanguarda da informática nacional.
Sertão de Pernambuco produz uvas para o exterior — Foto: Reprodução Gazeta Rural
Em contraste com a economia do amanhã, ali perto do Porto Digital, o Bairro do Recife mostra como é possível preservar os traços de sua origem. A primeira sinagoga das Américas e o casario contam um pouco como foi a capital pernambucana séculos atrás.
No segundo bloco do Globo Repórter especial, as lentes da TV Globo se voltam para a festa mais importante do estado: o carnaval.
Um evento que tem a cara do Frevo, declarado Patrimônio Imaterial, que reina até hoje nas ladeiras de Olinda e nas ruas do Recife.
Uma terra marcada pelo baque do Maracatu. Mais uma coisa que só aqui tem. Ao longo dos anos, as equipes da Globo mostraram ao país e ao mundo uma batida diferente e contagiante, além das cores e a magia dos caboclos e suas lanças.
Um elemento que serviu de base para a renovação da música nos anos 90, com Chico Science. O cantor morreu em uma acidente de carro e deixou um legado para todo o país.
Multidão toma conta do desfile do Galo da Madrugada, no Recife — Foto: Marlon Costa/Pernambuco Press
E não poderia faltar a manifestação mais imponente de todas: o Galo da Madrugada, o maior bloco de carnaval do mundo, segundo o Guiness Book. Uma história que começou nos anos 70, com um grupo de pessoas, e se tornou em um evento para milhares de foliões.
Das ladeiras históricas de Olinda, vem o Homem da Meia Noite, calunga respeitado e idolatrado pelas multidões. De verde e branco, fraque e cartola, ele arrasta seguidores, de forma fiel, como mostraram as lentes da Globo para todo o planeta.
Em 50 anos, também foi possível contar histórias de pessoas que marcaram Pernambuco. O arcebispo emérito de Olinda e Recife, dom Helder Câmara. O religioso que foi chamado de “irmão dos pobres” pelo Papa João Paulo II, em sua primeira visita ao Recife, em 1980.
Cenas marcantes da chegada do sumo-pontífice confirmaram a religiosidade do pernambucano. Um povo que tem, no Agreste, o orgulho de afirmar que possui o maior teatro ao ar livre do mundo.
Frente do teatro de Nova Jerusalém foi cercada por um gradio para público transitar livremente — Foto: Kamylla Lima/G1
Em Nova Jerusalém, a encenação da Paixão de Cristo encanta espectadores locais e turistas de vários países. O estado também foi palco das pregações de Frei Damião de Bozzano, que está perto de se tornar santo.
O funeral do religioso reuniu milhares de pessoas, assim como a despedida do ex-governador Eduardo Campos, que morreu em um acidente de avião, em 2014, às vésperas da eleição presidencial.
O especial também mostra o sofrimento de quem perdeu parentes e a casa nas grandes enchentes. Também relembra o drama do surto de cólera nos anos 90 e os ataques de tubarão, que mudaram o jeito de os pernambucanos e os turistas se divertirem na orla.
No terceiro e último bloco do especial, é hora de relembrar ou de vivenciar a tragédia da microcefalia. Uma geração marcada pelo nascimento de crianças com problemas de saúde provocados pela zika, uma arbovirose transmitida pelo Aedes aegypti, mesmo mosquito da dengue e chikungunya.
Pandemia mudou a rotina dos pernambucanos — Foto: Marlon Costa/Futura Press/Estadão Conteúdo
Na saúde, as lentes da Globo apresentam trechos da grande cobertura da pandemia de Coivid-19. Em mais de dois anos, a doença mudou a vida da população, privada de contato com parentes, sair de casa, trabalhar e se divertir. Um drama que foi amenizado a partir a vacina, que chegou como esperança, em 2021.
Nos esportes, a rivalidade entre Sport, Náutico e Santa Cruz é um dos temas do especial. Da terra de acirrada disputa no futebol, a Seleção Brasileira partiu para conquistar o tetra nos Estados Unidos, em 1994.
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