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Aliados do PSB pregam ampliar palanque. PT no Senado, dizem, é “estreitar chapa”

Ao PT, o governador Paulo Câmara colocou o prazo de março para definir o nome que vai ocupar a vaga do Senado na chapa da Frente Popular, a ser encabeçada por Danilo Cabral. O assunto foi abordado na reunião em que o partido apresentou formalmente, ao socialista, a pretensão de indicar um nome para concorrer à Casa Alta.

Essa intenção dos petistas surpreendeu uma ala da Frente Popular, que apostava que o partido queria mesmo era disputar o Governo do Estado com Humberto Costa. Agora, em conversas reservadas, entre partidos aliados do governador, a possibilidade de os socialistas entregarem a vaga do Senado ao PT gera a seguinte interrogação: “Qual a visão do PSB? É de estreitar palanque ou de ampliar? Se for de ampliar, os integrantes da aliança do centro têm chance de estarem na majoritária”.

Em outras palavras, aliados avaliam que, ao ex-presidente Lula, interessa fazer um aceno ao centro. Leia-se: o próprio petista tem deixado claro que, além de vencer a disputa pelo Planalto, precisará de governabilidade no parlamento, o que motiva, inclusive, a formação da federação.

A estratégia inclui formar uma base larga, capaz de fazer contraponto ao centrão, protagonista no governo Jair Bolsonaro. Por essa lógica, aliados do PSB fazem a conta assim: “O PSB precisa decidir se vai fazer um palanque estreito ou um que tenha maior amplitude, não resumindo a escolha do Senado apenas aos partidos de esquerda”.

Esse cálculo leva em conta que PT, PSB e PCdoB são os únicos partidos da aliança, com nomes cotados para a referida vaga, que já votam em Lula no 1º turno. E essas siglas podem acabar, dizem, equivalendo a uma só, caso prospere a federação.

“Se o critério for votar em Lula, nenhum dos partidos de centro estará com Lula o 1º turno”, observa, à coluna, uma fonte em reserva. Faz menção aos nomes cotados para o Senado que incluem, além das alternativas do PT e de Luciana Santos (PCdoB), os deputados Silvio Costa Filho (Republicanos), Eduardo da Fonte (PP) e André de Paula (PSD).

Ainda da esquerda, figura na lista Wolney Queiroz, que é do PDT, mas o partido tem Ciro Gomes no páreo, também sem previsão de votar em Lula no 1º turno. A despeito de reconhecerem a legitimidade do PT para indicar o Senado, os partidos de centro não externam simpatia aparente por estarem na vice.

Caberá ao PSB, entre a cruz e a espada, decidir uma arrumação que nem faça o PT se sentir alijado e também contemple o centro, ambos mirando a mesma vaga.

Fiel da balança


Há uma bolsa de apostas no PT que coloca a deputada Teresa Leitão como favorita a ser indicada à chapa majoritária pela sua tendência de vir a ser o fiel da balança num cabo de guerra interno. Nos bastidores, se diz que Carlos Veras é um nome que, de alguma forma, reforça o senador Humberto Costa, que poderia assumir um tamanho ainda maior na sigla.

Campo neutro > Se cacifar Humberto não interessa a uma ala do PT, ao PSB, não soa agradável ter Marília Arraes indicada. Teresa Leitão, nesse quadro, dizem correligionários, pode acabar reunindo apoios dos dois lados e se cacifando.

Sem aglomerar > O anúncio do deputado federal Danilo Cabral como candidato a governador do Estado se dará no Recife Praia Hotel, na próxima segunda (21), em coletiva de Imprensa, às 11h. Não haverá ato festivo em função da pandemia.

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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo

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