O deputado federal Alexandre Padilha (PT-SP) foi indicado nesta quinta (22/12) pelo presidente eleito, Luiz Inácio Lula da Silva, para assumir a Secretaria das Relações Institucionais.
Político veterano do Partido dos Trabalhadores (PT), ele fez parte da equipe que coordenou as campanhas de Lula à presidência em 1989 e 1994, foi ministro da Saúde na gestão da ex-presidente Dilma Rousseff e das Relações Institucionais no segundo governo Lula, entre 2009 e 2010.
A pasta tem como principal função atuar na articulação política do governo, especialmente na relação entre o Executivo e o Congresso e na interlocução com Estados e municípios.
A secretaria volta a funcionar como em 2005 e 2015, durante as gestões petistas. Além de Padilha, nomes como Jaques Wagner e Tarso Genro também foram ministros-chefe das Relações Institucionais na era Lula.
Durante a gestão Bolsonaro, a área perdeu destaque e passou a operar como uma assessoria especial que dava assistência ao Ministério da Economia na coordenação política e na relação com o Congresso.
Carreira política
Padilha tem 51 anos, é formado em Medicina pela Universidade Estadual de Campinas (Unicamp) e tem especialização em infectologia pela Universidade de São Paulo (USP).
Titular do Ministério da Saúde no primeiro governo Dilma, de 2011 a 2014, ele esteve à frente do lançamento do Mais Médicos, programa que buscava atrair profissionais de saúde para locais remotos do país e que vigorou entre 2013 e 2019.
Em 2014, chegou a se candidatar ao governo do Estado de São Paulo, mas foi derrotado pelo então candidato do PSDB, Geraldo Alckmin, hoje vice de Lula.
Foi Secretário de Saúde do município de São Paulo entre 2015 e 2016, na gestão Fernando Haddad. Em 2018, disputou pela primeira vez uma vaga no Legislativo, sendo eleito deputado federal naquele ano e reeleito em 2022.
Em busca da base de apoio
Durante a campanha presidencial no ano passado, Padilha foi um dos nomes do PT designados para fazer a interlocução com empresários e com agentes do mercado financeiro.
À frente das Relações Institucionais, ele vai precisar lançar mão do diálogo e da negociação para construir a base de apoio de que o governo necessita no Congresso para aprovar medidas e reformas.
O atual presidente, Jair Bolsonaro, saiu derrotado nas urnas, mas seu partido, o PL, conseguiu ampliar a presença na Câmara dos Deputados e conquistou 99 das 513 cadeiras da Casa na última eleição. Ao lado de siglas como Republicanos (ex-PRB), PP e PTB, o PL forma o chamado “Centrão”, uma bancada informal de legendas de centro e centro-direita que costumam se alinhar com governos de esquerda ou de direita, a depender de seus interesses.
O Republicanos, por exemplo, foi parte da base aliada de Lula e Dilma até o impeachment da presidente em 2016, quando desembarcou do governo e se colocou ao lado de Michel Temer. Nos últimos dois anos, o partido apoiou Jair Bolsonaro e lançou seu ministro da Infraestrutura, Tarcísio de Freitas, ao governo do Estado de São Paulo.
O PP, do atual presidente da Casa, deputado Arthur Lira (PP-AL), teve trajetória parecida. O presidente da legenda, Ciro Nogueira (PP-PI), chegou a virar ministro da Casa Civil de Bolsonaro em julho de 2021.
Aliado importante do presidente, Lira foi a primeira autoridade a reconhecer a vitória de Lula no segundo turno e a parabenizá-lo pela eleição. Bolsonaro levou mais de 48 horas para reconhecer a derrota.
A poucos dias da posse, em 1º de janeiro, apenas uma parte do primeiro escalão do novo governo Lula foi anunciada. Entre eles estão os titulares da Fazenda (Fernando Haddad), da Casa Civil (Rui Costa), da Defesa (José Múcio), da Justiça (Flávio Dino), das Relações Exteriores (Mauro Vieira), da Cultura (Margareth Menezes), da Educação (Camilo Santana) e do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social, o BNDES (Aloizio Mercadante).
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