Após conversar, em Brasília, com o senador Renan Calheiros e com o líder do MDB na Câmara Federal, Isnaldo Bulhões, sobre a hipótese de concorrer ao Senado em Pernambuco, a deputada federal Marília Arraes também tratou do assunto com o presidente da legenda em Pernambuco, o deputado federal Raul Henry.
Os dois têm relação de amizade. A ele, a única porta que ela fechou foi a de concorrer à Casa Alta pela Frente Popular. Mas admitiu conversas com a prefeita de Caruaru, Raquel Lyra, para, eventualmente, integrar a chapa da tucana. Deixou o espaço aberto também para outras articulações.
Como o cenário considerado com mais nitidez pela petista foi de concorrer ao lado da tucana, Henry fez considerações de que não faria sentido para ele, sem uma motivação que justifique, mudar de campo e abandonar a posição política, de apoio ao PSB, já assumida.
O MDB no Estado integra a Frente Popular. Isnaldo Bulhões já havia procurado Henry para comunicar o encontro com Marília. No diálogo da deputada com o dirigente do MDB-PE, restou implícito um espaço para eventuais outras construções. Marília tem relação muito próxima com Anderson Ferreira, prefeito de Jaboatão e pré-candidato ao Governo do Estado, mas é, praticamente, um consenso, nas coxias, que, em palanque do presidente Jair Bolsonaro, ela não tem como subir.
No caso de Raquel Lyra, cujo PSDB tem João Doria no páreo da corrida presidencial, a construção soa mais palatável para ambos os lados e Marília seguiria votando no ex-presidente Lula. Assim, o palanque da tucana teria dois presidenciáveis, situação semelhante ao que ocorreria se Raquel e Anderson tivessem consolidado o plano original de estarem na mesma chapa.
Ainda há Miguel Coelho também concorrendo a governador pelo campo das Oposições e com quem Marília também tem bom trânsito, tanto com ele como com o grupo dos Coelho. Em nota, na noite ontem, ela avisou que anuncia posição “nos próximos dias”. A conferir.
Dando spoiler
No comunicado, emitido na noite de ontem, Marília Arraes, ao avisar que anuncia decisão, “nos próximos dias”, assinalou o seguinte: “Nos próximos dias, Pernambuco vai saber o que penso e o que vou fazer nas eleições desse ano. Nosso maior objetivo é vencer o facismo e o retrocesso que infelicita o Brasil e Pernambuco, ao lado do Presidente Lula”.
Depende de nós > Marília, ao final do texto, no qual cita o avô Miguel Arraes e o ex-governador Eduardo Campos, faz uma advertência: “Como será, não depende apenas de mim. Mas o que penso, e farei, refletirá o sentimento do povo que confia e respeita as minhas posições”. Não cravou seu destino.
Tendências 1 > Diante do cenário de incertezas no PT, a vereadora Liana Cirne observa que o processo interno no partido é burocrático. “Hoje (ontem), é dia 18 de março e ainda não se tem definição do nosso candidato ao Senado”, pontua. “Quem define?”, ela indaga. E devolve: “Na instância estadual, são os votos que cada tendência tem”.
Tendências 2 > Liana prossegue: “Não tem nenhuma tendência dentro do processo democrático do PT que tenha maioria, nem a de Humberto Costa, nem a de Osmar, nem de Oscar Barreto, nem a de João da Costa. São, pelo menos, cinco diferentes. Nenhuma tem maioria. Eu digo como militante, isso é bom ou ruim? Eu acho que é bom”. Mas pondera: “É ruim porque a gente acaba se burocratizando. Já era para ter definido quem seria nosso nome para o Senado”. Não adianta, ela diz, “ter simpatia de alguns e não construir acordos com as correntes”.
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Autor: Renata Bezerra de Melo
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