Foto: Rodrigo Caillaud/Estadão Conteúdo
A seleção brasileira de futebol jogou, ontem, contra a da Costa Rica, sem que houvesse a goleada esperada pelos torcedores desde os primeiros minutos do confronto. Seria uma injustiça, entretanto, afirmar que o nosso time não jogou bem contra o time adversário, teve peninha dele, respeitou-lhe piedosamente a propalada fragilidade, entrou em campo só para mostrar a qualidade superior de seu futebol, tantas vezes patenteada antes enfrentando seleções do mesmo estado. Isso não é verdade.
Nosso escrete, em sentido estrito, foi além do jogar com, cumpriu o papel de ir contra os adversários, partiu para cima deles aguerridamente desde o início, querendo vencer e convencer a todos da excelência futebolística dos brasileiros. A seleção da Costa Rica surpreendeu. Não confrontou a brasileira de costas, correndo em fuga na frente para escapar à tempestade de bolas adversárias nas redes de sua defesa.
Havendo prenúncio de tempo ruim, chuva volumosa e vento forte, os costariquenhos muniram-se de guarda-chuvas, capas, botes salva-vidas, e muita garra em campo. Blindaram-se contra o domínio brasileiro, vazando da ofensiva apenas um pingo d’ água, comemorado euforicamente pela nossa torcida, mas anulado porque fruto inequívoco de impedimento. Gol impedido não pode.
O goleiro Costariquenho obstou que 19 bolas atingissem suas redes, parecia o paredão de uma barragem, até gol contra ele não deixou entrar, segurando a bola pelo rabo, por debaixo das pernas, em cabeçada linda de defensor, que seria mais proveitosa se feita contra a barra dos opositores. Enquanto isso, tira uma soneca o goleiro do Brasil (com “s” porque o futebol brasileiro é redondo, cheio de curvas com sereia, se fosse com ” z” ficaria quadrado.) Só duas finalizações costa-riquenhas, dava para dormir à vontade.
Chama o Hendrick, aconselhou o comentarista da TV Globo, e o adolescente prodígio entrou em campo cheio de moral, persignando-se antes, com o olhar e o indicativo de cada mão apontando para o céu, mas Deus entendeu que o empate era justo, e o jogo terminou no zero a zero. O Brasil jogou para vencer e não deu certo. A Costa Rica desempenhou-se para não perder e acertou. Que partida linda. O resultado confirmou que os pequenos também podem crescer.
José de Siqueira Silva é Coronel da reserva da PMPE
Mestre em Direito pela UFPE e Professor de Direito Penal
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25/06/2024 às 11:58