Bancos, televisões e companhias aéreas estão sofrendo com um apagão global de tecnologia nesta sexta-feira (19/7).
Há relatos de diversas operações suspensas em diferentes partes do mundo.
Voos no aeroporto de Sydney, na Austrália, não puderam decolar. As companhias americanas Delta e United Airlines também suspenderam todos os seus voos.
No Reino Unido, houve um apagão na bolsa de valores de Londres, linhas de trem também estão suspensas e diversos aeroportos estão relatando atrasos.
O canal de televisão Sky News está fora do ar. O canal infantil e adolescente da BBC, CBBC, também ficou fora do ar.
A autoridade australiana de segurança cibernética disse que o problema é um “apagão técnico de grande escala”.
A polícia no Estado americano do Alasca noticiou um apagão nas linhas de telefone de emergência. No Facebook, a polícia disse que “muitos call centers de emergência e de 911 [o número de emergência nos EUA] não estão funcionando devidamente no Estado do Alasca”.
O que causou o apagão global?
Durante a crise, relatos do setor sugerem que uma empresa de segurança cibernética chamada Crowdstrike, que produz software antivírus, lançou uma atualização de software que deu errado e está bloqueando dispositivos Windows, segundo a editora de tecnologia da BBC Zoe Kleinman.
Kleinman destaca que ainda não está confirmado se as duas questões estão relacionadas ou “se é uma tempestade perfeita de duas grandes coisas acontecendo simultaneamente”.
A BBC procurou a Crowdstrike, mas não havia recebido resposta até a publicação desta reportagem.
A American Airlines, que é a maior companhia do mundo em número de passageiros, disse à BBC na manhã desta sexta-feira que nenhum voo está autorizado a decolar e que está em contato com todos os voos que estão atualmente no ar.
A companhia afirmou que os problemas de TI se devem a um “problema técnico com o Crowdstrike que está afetando várias operadoras” e que está trabalhando com a empresa de segurança de TI para resolver o problema o mais rápido possível.
Aeroportos
O aeroporto Schiphol, de Amsterdã, avisou que o problema técnico está provocando atrasos, mas não detalhou quantos voos foram afetados.
Em Sydney, os painéis que mostram os horários dos voos apagaram. Uma companhia aérea, a Jetstar, anunciou que não poderia fazer o check-in dos passageiros.
Em um aviso público, o aeroporto culpou a empresa Microsoft pelos problemas técnicos.
A Microsoft disse que está “migrando suas operações” por conta de problemas com seus serviços, segundo a agência de notícias AFP.
A empresa disse que os problemas começaram às 18h da costa leste dos EUA de quinta-feira (19h no horário de Brasília).
A empresa está investigando problemas com seus serviços de nuvens nos EUA — que estaria afetando diversos aplicativos e serviços.
Na Alemanha, a companhia aérea Eurowing informou que seu sistema de check-in não estava funcionando. O maior aeroporto da Suiça, em Zurique, disse que aviões não estão sendo autorizados a pousar lá.
A companhia aérea Virgin Australia chegou a anunciar que todos os seus aviões ficariam no solo — “nenhum voo está entrando ou saindo”.
Um tempo depois, no entanto, houve uma retomada em alguns passageiros da Virgin Australia voltaram a ser embarcados.
O aeroporto de Berlim publicou no X, antigo Twitter, que está com atrasos em check-ins por conta de um problema técnico. Na Espanha, também houve relatos de atrasos.
“Estamos trabalhando para resolver tudo o mais rápido possível. Enquanto isso, operações estão continuando com sistemas manuais”, disse a operadora dos aeroportos espanhóis.
Nos Estados Unidos, as companhias United, Delta e American Airlines também decidiram interromper todos seus voos. Os aviões que estão no ar seguirão seus cursos normalmente, mas nenhum outro voo está partindo.
As telecomunicações também estão sendo afetadas. O grupo Telstra, da Austrália, disse que está enfrentando problemas globais com CrowdStrike e Microsoft, que estão afetando seus sistemas.
No Reino Unido, a televisão Sky News ficou fora do ar. A bolsa de Valores de Londres também chegou a ser afetada, mas está funcionando normalmente nas operações de compra e venda.
“O sistema de notícias RNS [regulatory news service, em inglês] está enfrentando problemas globais com um parceiro terceirizado, impedindo que notícias sejam publicadas em www.londonstockexchange.com. Equipes técnicas estão trabalhando para restaurar o serviço. Outros serviços no grupo, incluindo a bolsa de Valores de Londres, seguem operando normalmente”, afirma um comunicado do grupo.
No Brasil, até a publicação desta reportagem, não havia relatos de problemas relacionados ao apagão global.
Fonte: BBC
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