- Author, Jonathan Amos
- Role, Repórter de Ciências da BBC News
A espaçonave dos EUA, que fez história na quinta-feira (22/2) ao se tornar o primeiro robô construído e operado de forma privada a completar um pouso lunar está em boas condições.
Seu proprietário, a empresa texana Intuitive Machines, diz que o Odysseus está carregado com bastante energia e está se comunicando com a Terra.
Os controladores estão tentando recuperar fotos tiradas pelo robô.
Steve Altemus, CEO e um dos fundadores da Intuitive Machines, disse que ainda não sabe exatamente o que aconteceu, mas os dados sugerem que o robô ficou com um de seus pés preso na superfície e virou porque ainda estava em movimento lateral no momento da aterrissagem.
Outra possibilidade é que o Odysseus tenha quebrado um de seus pés ao cair. Os sensores de medição inercial indicam que o veículo está em posição horizontal.
Qualquer que seja a razão para a posição inesperada da aterrissagem, as antenas de rádio ainda estão apontadas para a Terra e as células solares seguem carregando o sistema de baterias.
Felizmente, todos os instrumentos científicos para fazer observações na Lua estão voltados para cima, o que deverá permitir algum trabalho dos cientistas. A única carga útil no “lado errado” da sonda, apontando para a superfície lunar, é um projeto de arte estático.
“Esperamos obter fotos e fazer uma avaliação da estrutura e de todo o equipamento externo”, disse Altemus aos repórteres.
“Até agora, temos bastante capacidade operacional, embora estejamos caídos de lado. E isso é muito emocionante para nós, e estamos continuando a missão de operações de superfície como resultado disso.”
O robô foi direcionado para um terreno cheio de crateras perto do polo sul da Lua, e a equipe da empresa acredita que ele chegou muito perto do local alvo — talvez a 2 km ou 3 km de distância.
Um satélite da agência espacial dos EUA chamado Lunar Reconnaissance Orbiter procurará o Odysseus neste fim de semana para confirmar seu paradeiro.
A missão da Intuitive Machines faz parte do programa Commercial Lunar Payload Services (CLPS) da Nasa, no qual a agência está pagando várias empresas privadas americanas por serviços de carga para a Lua — no caso do Odysseus com um pagamento de US$ 118 milhões.
Todas as empresas são responsáveis pelo financiamento, construção, lançamento e operação das suas naves.
Seis missões CLPS estão planejadas para este ano. A primeira, da empresa Astrobotic, com sede em Pittsburgh, terminou em fracasso. Seu módulo de pouso Peregrino teve problemas técnicos a caminho da Lua e desistiu de pousar. O robô foi trazido de volta para queimar na atmosfera da Terra.
A Intuitive Machines tem mais duas missões em 2024. A próxima verá um robô perfurar a superfície. Outra empresa texana, a Firefly Aerospace, também deve lançar uma missão para a Lua em algum momento dos próximos meses.
A Nasa considera o projeto CLPS uma forma mais econômica de fazer pesquisa e ciência, ao mesmo tempo que semeia o que espera que se torne uma economia lunar próspera.
Joel Kearns, da diretoria de missões científicas da Nasa, descreveu o pouso do Odysseus como uma “realização gigantesca” e uma afirmação da política do CLPS.
Independentemente da sua funcionalidade atual, é improvável que o Odysseus funcione muito além do início de março, quando o local de pouso ficará sob escuridão.
“Assim que o Sol se pôr, as baterias tentarão manter o veículo aquecido e vivo, mas eventualmente ele cairá em um frio intenso e então os componentes eletrônicos que produzimos simplesmente não sobreviverão ao frio intenso da noite lunar. E então, na melhor das hipóteses, esperamos mais nove a dez dias (de operações)”, disse Tim Crain, outro fundador da empresa.
Fonte: BBC
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