- Author, Colin Davidson e Claire Hutchinson*
- Role, The Conversation
E, se você procurar na internet dicas para combater a depressão no inverno, provavelmente terá sido aconselhado a comprar uma lâmpada terapêutica. E pode estar se perguntando o que dizem as pesquisas sobre o seu funcionamento e eficácia.
Antes de examinarmos as evidências sobre a fototerapia, é importante compreender por que o humor pode ser afetado pela luz solar.
Estudos concluíram que cerca de 10% da população do extremo norte do planeta, como o Alasca e a Finlândia, sofrem de SAD.
Mas é interessante observar que os islandeses, que também vivem em altas latitudes no Hemisfério Norte, aparentemente sofrem menos de SAD.
A luz também estimula o nosso sistema visual, regulando a atividade do chamado ritmo circadiano. Trata-se de uma pequena região do cérebro chamada núcleo supraquiasmático (NSQ).
O NSQ recebe estímulos diretos da retina e também contém receptores de melatonina. E suplementos de melatonina são agora oferecidos para o tratamento da depressão.
Por tudo isso, existem diversas razões por que a luz pode ser importante para o humor.
O SAD foi descrito pela primeira vez perto de 1980 nos Estados Unidos, quando um homem que apresentava os sintomas descritos acima inventou uma caixa de luz para seu próprio tratamento.
Desde então, surgiram muitos estudos para examinar a fototerapia em SAD. Seus resultados são diversos e contraditórios.
A meta-análise reúne as conclusões de diversos estudos independentes. Foram realizadas diversas meta-análises sobre este tema e a maioria delas demonstra que a fototerapia tem efeito positivo, não apenas sobre SAD, mas também sobre a depressão profunda.
Intensidade da luz é importante?
A intensidade da luz é medida em unidades chamadas lux.
Uma meta-análise de 39 estudos científicos, realizada em 1999, concluiu que a intensidade de luz forte (6000-10.000 lux) apresentou efeito superior à intensidade de luz média (1700-3500 lux). E a intensidade de luz média teve efeito maior que a iluminação fraca (menos de 600 lux) sobre os sintomas depressivos em pessoas com SAD.
Pesquisadores estão investigando se as lâmpadas usadas para o tratamento do transtorno afetivo sazonal também podem ajudar a combater a depressão não sazonal.
Você pode estar se perguntando se a cor da luz também faz diferença.
E revelou que a luz com comprimento de onda curto a médio (azul, verde e amarelo) foi eficaz, mas que a luz vermelha e os comprimentos de onda ultravioleta aparentemente não foram úteis no tratamento de SAD.
Esse estudo também analisou o momento da fototerapia. Os dados podem não ser significativos (ou seja, são necessários mais estudos), mas eles indicam que a fototerapia realizada de manhã e à noite foi mais eficaz do que apenas à noite ou de manhã, isoladamente.
A fototerapia funciona para depressão não sazonal?
Esas análise verificou seis estudos de tratamento combinado para depressão não sazonal e concluiu que a fototerapia, embora seja eficaz isoladamente, não produziu efeito maior sobre os sintomas da depressão quando administrada em conjunto com medicação antidepressiva.
Mas estudos mais recentes concordam que o tratamento de combinação é mais eficaz.
Por isso, se você sofrer de depressão não sazonal, a fototerapia pode funcionar como tratamento principal e, provavelmente, amplificará os efeitos dos medicamentos antidepressivos que você talvez esteja tomando.
Existe outra condição chamada subsíndrome de SAD (SSAD ou sub-SAD), que afeta cerca de 10 a 15% da população que vive em latitudes mais altas. Seus sintomas são mais suaves ou menos frequentes que os de SAD e a sub-SAD também pode ser tratada com fototerapia.
A vitamina D é essencial para a saúde física e mental. Ela regula os níveis de cálcio e fosfato e é fundamental para a boa densidade óssea e para a saúde dos músculos e dos dentes. E é também essencial para um sistema imunológico saudável.
Se você sofre de SAD, escolha uma luz com intensidade mais alta para efeito mais rápido e use essa luz por mais tempo — por exemplo, em sessões de manhã e à noite.
Evite a luz ultravioleta, que é ineficaz para SAD e pode causar queimaduras solares ou câncer de pele.
E não se esqueça de comer peixe para aumentar seus níveis de vitamina D.
*Colin Davidson é professor de neurofarmacologia da Universidade do Centro de Lancashire, no Reino Unido.
Claire Hutchinson é professora de psicologia experimental da Universidade do Oeste da Escócia, no Reino Unido.
Fonte: BBC
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