Autoridades dos Estados Unidos e do Canadá estão trabalhando incessantemente para tentar encontrar o submarino que desapareceu com 5 pessoas a bordo enquanto fazia um mergulho para visitar os destroços do Titanic.
O barco desapareceu na manhã de domingo (18/6) 1 hora e 45 minutos após o início do mergulho.
A OceanGate Expeditions, empresa que opera o submarino desaparecido, disse em comunicado que está “explorando e mobilizando todas as opções” para trazer a tripulação de volta com segurança.
A empresa informou que recebeu “extensa assistência” de “várias agências governamentais e empresas especializadas em águas profundas” em seus esforços para restabelecer o contato com a embarcação.
Onde está o Titanic e em qual profundidade
Os restos do Titanic ficam no Oceano Atlântico Norte, cerca de 600 km a sudeste da costa da Terra Nova, no Canadá, e a cerca de 3,8 mil metros de profundidade.
Os restos do naufrágio estão divididos em duas partes — com a proa e a popa separadas por cerca de 800 metros.
No entorno das duas partes, há um enorme campo de detritos.
Os restos do naufrágio ficam ao sul do Grand Bank of Newfoundland, em uma área conhecida como Titanic Canyon. O nome da região foi sugestão do geólogo marinho Alan Ruffmann em 1991.
No começo do século 20, o Titanic se tornou o maior navio de passageiros do mundo e ficou famoso porque entre a noite de 14 de abril e a madrugada de 15 de abril de 1912, afundou em sua viagem inaugural de Southampton, no Reino Unido, rumo a Nova York, nos EUA, após colidir com um iceberg.
Mais de 1,5 mil pessoas morreram na tragédia.
A história de como os restos foram encontrados em 1985 tornou-se conhecida graças à revelação de alguns documentos que foram mantidos por décadas sob sigilo pelo governo dos EUA.
Como foram achados os restos do Titanic
Robert Ballard, um oficial de inteligência que havia participado de missões secretas para a Marinha dos Estados Unidos, foi um dos que tentaram procurar os restos do Titanic na década de 1980.
A Marinha dos EUA concordou em fornecer a ele os meios para procurar o navio, mas apenas se ele usasse esses mesmos recursos para encontrar dois submarinos nucleares americanos que haviam afundado no Atlântico na década de 1960.
A missão secreta franco-americana a bordo do navio de pesquisa Knorr começou em agosto de 1985.
A desculpa da busca pelo Titanic foi perfeita para que os russos e a imprensa não suspeitassem que eles estavam procurando os submarinos afundados.
A primeira parte da missão foi bem-sucedida. Ballard encontrou os submarinos USS Thresher e USS Scorpion.
O problema de Ballard é que ele só tinha 12 dias para encontrar o Titanic, pois o barco que ele estava usando já havia sido alugado por outras pessoas.
Com a experiência adquirida na busca pelo Scorpion, Ballard encontrou o Titanic em apenas 8 dias, em 1º de setembro de 1985, graças ao submersível Argo, que era equipado com câmeras que podiam transmitir imagens à superfície.
Ballard relembrou em entrevista à BBC em 2021 o momento de euforia ao avistar os destroços do navio. Mas essa felicidade rapidamente se esvaiu.
“Percebemos que estávamos dançando no túmulo de alguém”, lembrou Ballard.
“Ficamos com vergonha.”
Fonte: BBC
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