Iniciativa da Prefeitura do Recife visa democratizar e estimular o acesso de jovens ao universo da tecnologia. (Foto: Wagner Ramos/PCR)
Vinte e três jovens recifenses concluíram, nesta terça-feira (13), as aulas do Programa Conexões Periféricas, que é promovido pela Prefeitura do Recife, por meio da Secretaria Executiva de Juventude (Sejuv), em parceria com a empresa de tecnologia ThoughtWorks. Neste ano, a 3ª edição do Conexões Periféricas também é realizada em parceria com o Governo Britânico, através do UK-Brazil Tech Hub e a organização social FA.VELA. O objetivo da iniciativa é democratizar e estimular o acesso de jovens ao universo da tecnologia, viabilizando dois eixos de formação – o de desenvolvimento pessoal e o de programação web. A solenidade de conclusão do Conexões Periféricas aconteceu na sede da empresa ThoughtWorks, localizada na Ilha do Leite.
De acordo com o secretário executivo de Juventude, Marcone Ribeiro, o Conexões Periféricas traz atores estratégicos de diferentes setores que permite construir uma política pública de qualidade que faça diferentes na vida do jovem. “Graças ao trabalho em conjunto, além do curso de introdução a desenvolvimento web, os jovens também receberam auxílio transporte, auxílio alimentação e um suporte financeiro para que eles pudessem se manter no Programa. Por isso, esta edição tem sido bastante especial, porque a gente conseguiu não só garantir o acesso de jovens de contexto periférico ao universo da tecnologia, como também garantir a sua permanência nas aulas”, reforçou o secretário executivo.
Cecília Barbosa, 21 anos, foi uma das pessoas beneficiadas pelo Programa. “Cheguei a iniciar a graduação em física, mas fui obrigada a trancar por vivenciar situações de transfobia. Quando vi a oportunidade de aprender sobre um assunto que me interessa, com a promessa de estar em um ambiente seguro para o público LGBTQIA , não pude deixar de tentar participar. E foi certeiro, pois hoje concluo o curso feliz pela oportunidade de poder me capacitar para ocupar um espaço na tecnologia”, contou Cecília.
Para João Vitor Silva, 17 anos, o curso possibilitou ampliar sua visão sobre os espaços que ele pode ocupar na sociedade. “Para além da tecnologia, as aulas foram essenciais para abrir minha visão para enxergar outras possibilidades profissionais e ter certeza que pessoas negras e periféricas como eu pudemos ocupar espaços como esses na tecnologia, como a Casa Zero e a sede da empresa TW”, contou o jovem.
Outro jovem que concluiu o curso foi Kevin Faye, 21 anos, que atualmente mora na Casa de Acolhimento LGBTI Roberta Nascimento, no Cordeiro. “Durante toda a jornada, os facilitadores tiveram o cuidado de nos incentivar a não desistir e isso foi muito importante pra mim”, contou Kevin.
As aulas do Conexões Periféricas ocorrem ao longo de três meses, em três encontros por semana na Casa Zero, localizada na Rua do Bom Jesus. O curso garantiu aos 23 jovens um certificado de 72 horas-aula.
CONEXÕES PERIFÉRICAS – O Programa Conexões Periféricas já beneficiou mais de 100 jovens recifenses. Desde 2018, a iniciativa é realizada em parceria com a empresa ThoughtWorks. Neste ano, a 3ª edição do Conexões Periféricas está sendo realizada também em parceria com o Governo Britânico, por meio do UK-Brazil Tech Hub, e com a organização social FA.VELA.
A 3ª edição do Programa Conexões Periféricas recebeu a inscrição de mais de 500 jovens recifenses. Do total das vagas, 75% estavam reservadas para candidatos negros, população LGBTQIA e pessoas com deficiência. As demais vagas eram de livre concorrência.