Projeto da Prefeitura do Recife tem como objetivo agregar valor à educação por meio de iniciação de crianças da capital em várias modalidades. (Foto: Maurício Ferry/PCR)
Ter uma rotina física ativa é importante desde a mais tenra idade. É justamente com o intuito de promover a inclusão de alunos da rede municipal de ensino em diversas modalidades esportivas que a Prefeitura do Recife conta com o projeto “Esporte é Fundamental”. Operacionalizado pela Secretaria de Esportes, em parceria com a Secretaria de Educação, o programa atua em 26 escolas e tem proporcionado uma nova visão do esporte pela perspectiva de diversos atores envolvidos.
“Acho um ótimo programa, porque desperta o interesse da criança no esporte, além delas terem uma noção do que vão gostar e deixarem de pensar que esporte é obrigação”, explica Andréa dos Santos, 31 anos, que tem duas filhas estudantes no EM Novo Pina – Tiphany dos Santos, oito anos, e Jenifer dos Santos, seis. “Minhas filhas adoram, dizem que é a melhor aula, gostam muito do professor, também. Inclusive, já pude presenciar as aulas e achei ótimas. Vejo uma mudança de comportamento das crianças no dia das aulas de forma bem clara. Minhas filhas mesmo são muito ‘espoletadas’, gostam de correr e brincar, e na aula de educação física elas podem gastar essa energia”, conta, com bom humor.
Nas creches, cada aula tem duração de 30 minutos – nas escolas, de 50. O quadro de professores é composto por 13 profissionais de educação física e as práticas são sempre realizadas durante o horário escolar. Nelas, são atendidas crianças dos dois aos seis anos; nas escolas, dos seis aos 12.
“O Esporte é Fundamental é uma forma de a gente incentivar, de mostrar às crianças a importância do esporte na vida delas. Quando investimos para que iniciem no ensino fundamental as atividades esportivas, isso proporciona toda uma trajetória, podendo seguir nessas atividades também no ensino médio e na universidade”, destaca Rodrigo Coutinho, secretário de Esportes.
Prioritariamente, as creches comportam práticas de psicomotricidade. Por exemplo, atividades estabilizadoras manipulativas, coordenativas e de ludicidade. Nas escolas, o foco do cronograma é em modalidades como futebol, futsal, voleibol, basquetebol, handebol, atletismo, ginástica e lutas.
“Criamos esse programa com a ideia de jogar luz no esporte educacional. Inicialmente, esse nome tem dois sentidos. O primeiro é porque o esporte é de fato fundamental na vida dos jovens, e segundo porque é exclusivo para o ensino fundamental. Depois, fomos inserindo a ideia de trabalhar a parte motora na primeira infância. Demos o incremento de cursos para professores e colocamos o programa também nas creches, onde trabalhamos essa parte de motricidade, de convivência, de experiências mesmo. Eles vivem isso com a atividade esportiva. Isso fará com que esses pequenos cresçam, em nível motor, muito mais ricos. A gente fecha, assim, um ciclo de investimento no esporte escolar: festivais esportivos, esporte é fundamental, jogos escolares e bolsa atleta”, detalha Yane Marques, secretária executiva de Esportes.
Marina Machado, 42 anos, uma das professoras do programa, descreve de forma bastante positiva o astral do ambiente no momento das aulas. “Desde o momento que a gente chega na escola, a gente vê que muda até a fisionomia das crianças. São práticas educativas e que fazem com que eles melhorem a relação entre eles e individualmente, porque eles conseguem gastar energia. Isso faz com que eles se concentrem até melhor, as professoras relatam muito isso, que quando é dia de educação física eles têm um comportamento diferenciado, prestam mais atenção. E eles gostam muito das brincadeiras e atividades, porque não é aquela atividade radical, é uma coisa muito educativa, então todo mundo participa, todo mundo tem a oportunidade, todo mundo acerta, todo mundo erra, não é uma disputa. A dinâmica muda muito nesse sentido.”
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