Bom, antes de escrever, quero propor um convite…
lembre dos seus dias de criança, como eram? Quais as melhores lembranças que você tem? Quais lembranças nem tão boas assim?
Você acha que as vivências da infância ficaram somente lá?… Vamos entender!
Sabe quando você passa em frente a loja de bolos, sente aquele cheirinho do bolo de fubá e logo vem uma sensação boa, gostosa. Essa pode ser o que chamamos de memória afetiva olfativa. É quando através de um cheiro, o cérebro mesmo que não trazendo em imagem, relembra uma memória e logo comunica ao restante do corpo, como uma sensação gostosa, agradável, quase como um carinho. E como consequência, na maior parte das vezes, você corresponde a essa memória, comprando o bolo ou comendo um pedaço. Por vezes a sensação de cheiro era até mais gostosa do que de fato comer o bolo.
Isso também ocorre com coisas não tão boas.
Quando você diz “sim” a alguém que te pede algo e depois pensa: “Por que eu fiz isso, sendo que eu não quero”, também é uma resposta de uma memória afetiva. Da qual é caracterizada pelo medo de não ser aceito ou da rejeição.
Ambas as memórias acontecem de forma involuntária, ou seja, você não tem controle sobre elas, elas simplesmente aparecem e vêm carregadas de emoções que geram uma tomada de decisão.
Por isso, nossas vivências da infância, não vivem só no período infantil, mas percorrem nossa vida toda.
A infância é o solo que se caminha por toda a vida, a neurociência vem para atestar isso. Um mapeamento neuronal feito por neurocientistas, constatou que os neurônios, se comunicam entre si. Sendo assim, a formação de um grupo de neurônios, é chamado de Engrama e esses grupos correspondem a uma memória. Ou seja, nosso cérebro é formado por grupos de neurônios que interagem e se comunicam entre si. Essa é a razão pela qual a neurociência pode atestar que, mesmo os acontecimentos ocorridos na vida adulta, tem influência da infância, pois os engramas mais básicos, se formaram durante esse período.
“Por vezes a sensação de cheiro era até mais gostosa do que de fato comer o bolo”
É como se pensássemos numa teia de aranha, onde tem uma parte central como base e toda sua estrutura se dá ao entorno dela. Assim são nossos neurônios e é através da comunicação entre eles que geramos nossos comportamentos.
Por tanto, é importante olharmos o que temos feito e como temos promovido a infância de nossas crianças. Como e quais serão as memórias involuntárias que elas terão lá no futuro?
Vão associar que os pais são porto seguro ou ponto de controle? A escola é o local de desenvolvimento, boas relações e aprendizagem ou de comparações, competitividade e frustrações?
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Giovanna Almeida é Psicóloga, Mãe, Escritora e Educadora Parental
Contato: giovanna.psico10@gmail.com
Instagram: @gialmeida_psico
27/02/2023 às 10:01