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Após a invasão de manifestantes antidemocráticos que depredaram o Congresso Nacional, o Palácio do Planalto e Supremo Tribunal Federal no último domingo (8), em Brasília, o acampamento no quartel general do Exército, que reunia uma minoria de bolsonaristas extremistas, começou a ser desmontado nesta segunda-feira (9).

Cerca de 1200 ativistas radicais já foram presos. Imagens mostradas em canais de TV como a GloboNews nesta segunda-feira mostraram manifestantes deixando o acampamento pacificamente.

A invasão ocorreu após diversas convocações feitas em grupo de redes sociais como o WhatsApp. Os invasores pedem o fechamento do Congresso Nacional, intervenção militar e contestam a eleição do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).

Apesar de haver policiais militares na área próxima aos manifestantes, a PM do Distrito Federal não conseguiu impedir a invasão. A demora em restabelecer a ordem foi considerada omissão, o que levou ao afastamento do governador do Estado, Ibaneis Rocha (MDB).

De acordo com informações da Polícia Federal, todos os policiais da Superintendência Regional do DF estão convocados para trabalhar na identificação dos criminosos que participaram diretamente das ações ou ajudaram a financiá-las ou organizá-las.

Mas o que vai acontecer com os vários acampamentos bolsonaristas erguidos em outros Estados?

Rio de Janeiro

O governador Cláudio Castro se reuniu com secretários de Estado nesta segunda-feira (9) e ordenou que o monitoramento de acampamentos bolsonaristas fossem intensificados para coibir qualquer ação contra o patrimônio público e privado do Estado do Rio de Janeiro.

Em entrevista ao Bom dia RJ, na Globo, Castro afirmou que o acampamento bolsonarista montado há semanas no Centro do Rio — na Praça Duque de Caxias, em frente ao Comando Militar do Leste (CML) — será desfeito até a noite desta segunda-feira (9), e que as primeiras ações de retirada já foram iniciadas.

À BBC News Brasil, a assessoria de imprensa da Secretaria Estado de Polícia Militar informou que “a Polícia Militar está atenta a todo tipo de movimentação, incluindo a região central da cidade do Rio e arredores, bem como nas principais vias de acesso à região.”

Belo Horizonte

A Guarda Municipal de Belo Horizonte desmontou na última sexta-feira (6) o acampamento em frente ao Comando da Quarta Região Militar do Exército, após a agressão a um repórter fotográfico do jornal Hoje em Dia e a outros jornalistas no dia anterior.

Sobre os outros acampamentos, a Polícia Militar de Minas Gerais informou apenas que “monitora, por meio da Diretoria de Inteligência, todas as movimentações no Estado e que pontos sensíveis já estão sendo ocupados pela instituição para manutenção da ordem pública”.

São Paulo

De acordo com a apuração do repórter da BBC News Brasil João Fellet, a estrutura montada em frente ao quartel general do Exército na região do Ibirapuera, em São Paulo, continua funcionando.

Conforme noticiado pela rádio CBN, não há, até o momento desta publicação, indício de movimentação policial para desmontar o acampamento.

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Legenda da foto,

Manifestantes bolsonaristas no Ibirapuera, nas imediações do Comando Militar do Sudeste, em 2 de novembro.

Paraná

Em nota, o governo do Paraná, via Secretaria de Estado da Segurança Pública, afirmou que vem atuando desde o domingo (8) para impedir bloqueios em rodovias estaduais ou nos municípios. Também está dialogando com forças federais.

“Houve uma tentativa de bloqueio de acesso na Refinaria Presidente Getúlio Vargas (Repar) em Araucária, na Região Metropolitana de Curitiba, mas ela foi desmobilizada após atuação rápida do Batalhão de Choque da Polícia Militar. Duas pessoas foram presas no local. Lideranças estão sendo identificadas e seus nomes serão encaminhados para o Poder Judiciário.”

“As forças de segurança também estão preparando as ações para desmobilização dos atos que ainda estão na frente dos quartéis, em respeito à decisão do Supremo Tribunal Federal (STF).”

Após a posse de Luiz Inácio Lula da Silva no dia 1º de janeiro, acampamentos bolsonaristas já haviam sido espontaneamente desmontados em locais como Porto Alegre (RS), Juiz de Fora (MG) e Ariquemes (RO).

A BBC entrou em contato com responsáveis pela comunicação da Polícia Militar e Secretarias de Segurança em outros Estados, como Goiás, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul e Santa Catarina, mas não recebeu resposta até o momento desta publicação.