- Annabelle Liang e Zoe Kleinman
- BBC News
A Amazon planeja cortar mais de 18 mil funcionários, a maior demissão em massa na história da companhia, enquanto luta para economizar custos.
A empresa de tecnologia, que emprega 1,5 milhão de pessoas em todo o mundo, não anunciou em que país as demissões vão acontecer, mas informou que incluiriam a Europa.
A maior parte dos cortes será feita em suas lojas, incluindo Amazon Fresh and Go, e em seu departamento de recursos humanos.
O CEO da empresa, Andy Jassy, atribuiu as demissões ao cenário de “incerteza na economia”, dizendo que havia “contratado de forma acelerada ao longo de vários anos”.
“Não tomamos essas decisões levianamente, nem subestimamos o quanto elas podem afetar a vida das pessoas atingidas”, disse ele em comunicado à equipe.
Ele afirmou ainda que o anúncio havia sido antecipado porque um dos funcionários da empresa vazou a informação do plano de cortes.
“Companhias que duram muito tempo passam por diferentes fases. Não estão em modo de forte expansão de funcionários todos os anos”, acrescentou.
As vendas da Amazon desaceleraram depois que as transações tiveram um boom durante a pandemia, quando consumidores entediados em casa passaram muito tempo online.
Outras grandes empresas de tecnologia, incluindo a Meta — dona do Facebook, Instagram e WhatsApp — e a companhia de software baseada em nuvem Salesforce também anunciaram grandes cortes recentemente.
A Amazon já havia informado que está reduzindo projetos como o Echo (mais conhecido como Alexa) e de entregas com robôs — que eram interessantes, mas na verdade não davam dinheiro.
Falava-se muito na tendência de empresas do Vale do Silício contratarem e reterem profissionais talentosos com salários atraentes, mesmo que não sejam necessários imediatamente, principalmente para impedi-los de trabalhar para a concorrência. Essa cultura é um luxo que as grandes empresas de tecnologia não podem mais se dar.
A expectativa é de que os funcionários da Amazon afetados sejam comunicados do corte em 18 de janeiro.
As demissões ocorrem depois de a gigante da tecnologia ter anunciado, no ano passado, que reduziria seu quadro de funcionários — sem informar, no entanto, quantos postos de trabalho seriam cortados.
Uma poderosa combinação de queda nas receitas de publicidade devido a empresas que buscam economizar dinheiro, com consumidores gastando menos por causa do aumento do custo de vida, está atingindo com força as empresas de tecnologia.
A empresa já havia parado de contratar novos funcionários e interrompido algumas das expansões de seus depósitos, alertando que havia contratado demais durante a pandemia.
Também tomou medidas para fechar algumas partes do negócio, cancelando projetos como o de entrega autônoma com robôs.
“Antes da pandemia, as empresas de tecnologia costumavam cortar apenas de 1% a 3% da base de sua força de trabalho”, observa Ray Wang, da consultoria Constellation Research, do Vale do Silício, à BBC.
Dan Ives, da empresa de investimentos Wedbush Securities, acredita que a Amazon vai enfrentar “mais dor pela frente”, à medida que os consumidores apertam os cintos.
Demissões em toda a indústria
Em novembro, a Meta, dona do Facebook, anunciou que cortaria 13% de sua força de trabalho.
A primeira demissão em massa na história da empresa de rede social vai resultar na perda de 11 mil funcionários, de um total de 87 mil no mundo todo.
O CEO da Meta, Mark Zuckerberg, disse que os cortes foram “as mudanças mais difíceis que fizemos na história da Meta”.
A Amazon começou a demitir funcionários em novembro, de acordo com postagens no LinkedIn de profissionais que disseram ter sido afetados pelos cortes.
As postagens vistas pela BBC incluíam publicações de ex-funcionários que trabalhavam com projetos da assistente virtual Alexa, da plataforma de jogos na nuvem Luna, e do Lab126 — que está por trás do e-reader (dispositivo para leitura de livros digitais) Kindle.
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