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Pobreza e extrema pobreza batem recorde em Pernambuco: 1,8 milhão de pessoas vivem com menos de R$ 171 por mês

Morador de comunidade no Recife caminha em meio à lama — Foto: Reprodução/TV Globo




A pobreza e a extrema pobreza bateram recorde em Pernambuco em 2021, segundo uma pesquisa divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) na sexta-feira (2). No estado, 18,7% da população, o equivalente a 1,8 milhão de pessoas, vive com menos de R$ 171 por mês, valor usado para definir a linha de extrema pobreza.

Esse é o segundo maior percentual do país, perdendo apenas para o Maranhão. É também o maior patamar de extrema pobreza registrado em Pernambuco desde que a pesquisa Síntese de Indicadores Sociais (SIS), do IBGE, começou a ser feita nesse formato, em 2012.

Além disso, a pesquisa aponta que 51% da população de Pernambuco vive com menos de R$ 495 por mês, valor que define a linha de pobreza. O índice representa 4,9 milhões de pessoas no estado.

O número de pessoas abaixo da linha da pobreza também é o maior registrado em Pernambuco desde 2012, de acordo com a SIS. O estado ficou em terceiro lugar nacional, atrás apenas de Maranhão e Alagoas.

O levantamento do IBGE também apontou que, sem programas sociais ou de transferência de renda, 25,5% da população de Pernambuco vive na extrema pobreza e 55% estão abaixo da linha da pobreza no estado.

Desigualdade

A pesquisa também mostrou que, em média, os pernambucanos viveram com R$ 828 por mês em 2021, menor valor desde 2012. Homens têm um rendimento domiciliar per capita maior (R$ 871) do que o das mulheres (R$ 807). E os pernambucanos que se declaram brancos (R$ 1.184) ganham quase o dobro do que os pretos e pardos (R$ 676).

Em Pernambuco, o índice de Gini, que mede a desigualdade da distribuição de renda, foi calculado em 0,579. Quanto mais perto de 1, maior é a concentração de renda. Esse índice faz de Pernambuco o terceiro estado mais desigual do Brasil, atrás de Roraima (0,596) e Rio Grande do Norte (0,587). A média nacional é de 0,544.

Recife

O Recife foi a segunda capital mais desigual do país, de acordo com o mesmo levantamento. O índice de Gini da cidade foi calculado em 0,606, só menor do que o de Aracaju (0,618). Um ano antes, em 2020, o Recife estava em quarto lugar.

O rendimento médio entre as 40% pessoas mais pobres de Pernambuco foi de R$ 188. Entre os 10% mais ricos, esse valor foi de R$ 3.943. De acordo com a pesquisa, isso mostra que os mais ricos no estado ganham 21 vezes mais do que os mais pobres.

A pesquisa também mostra o impacto do desemprego em Pernambuco. A taxa de desocupação no estado foi a terceira maior do país, com índice de 20,2%. O desemprego foi mais severo entre as mulheres (25%) do que entre os homens (16,9%) e atingiu mais pretos e pardos (21,1%) do que brancos (18,6%).

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