- Philippa Roxby
- Repórter de saúde da BBC
A doença que ficou conhecida como “varíola dos macacos” (monkeypox) agora será chamada de mpox, anunciou a Organização Mundial da Saúde (OMS), após reclamações sobre linguagem racista e estigmatizante ligada ao nome do vírus.
O termo antigo será usado junto com o novo por um ano, antes de ser extinto.
O nome mpox foi decidido após longas discussões entre especialistas, países e o público em geral.
Ele pode ser facilmente usado em inglês e em outros idiomas, disse a OMS.
A varíola humana dos macacos foi identificada pela primeira vez em 1970 e recebeu esse nome devido à descoberta da doença causada pelo vírus em macacos cativos mais de uma década antes.
Desde então, a OMS introduziu orientações sobre como nomear doenças.
Ela enfatiza a necessidade de minimizar o impacto negativo desnecessário no comércio, viagens, turismo ou bem-estar animal e evitar ofender qualquer grupo cultural, social, nacional ou étnico.
Durante a pandemia da covid-19, o órgão recomendou que as variantes fossem nomeadas usando letras do alfabeto grego porque eram “não estigmatizantes” e fáceis de pronunciar.
Este ano, houve uma disseminação incomum do vírus mpox – um membro da mesma família de vírus da varíola – em muitos países fora da África central e ocidental, onde é frequentemente encontrado.
Em julho, a OMS declarou uma emergência de saúde global devido ao aumento mundial de pessoas que desenvolveram sintomas, incluindo febre alta e lesões cutâneas ou erupções cutâneas.
Os casos da doença estão diminuindo há vários meses, mas mais de 100 países diferentes foram afetados em 2022 – gerando uma enorme demanda por suprimentos de vacinas para proteger os que estão em maior risco.
Estados Unidos, Brasil, Espanha, França e Reino Unido relataram o maior número total de casos de mpox neste ano. Em todo o mundo, houve 50 mortes causadas pelo vírus.
Nesta segunda-feira (28/11), o Brasil chegou a 10 mil casos. O país está atrás apenas dos Estados Unidos em número de mortes e infectados.
Desde maio, o Reino Unido registrou mais de 3.500 casos, mas a aplicação de vacinas para grupos vulneráveis ajudou a reduzir os números após um pico em julho.
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