Suspeitos de furtar gado na Mata Norte de Pernambuco são presos

Membros de organizações criminosas suspeitas de furtar gado na Zona da Mata Norte de Pernambuco, próximo à divisa com a Paraíba, foram presos, nesta quarta-feira (23).

De acordo com a Polícia Civil de Pernambuco, sete mandados de prisão foram cumpridos – pelo menos uma das prisões ocorreu no Recife. 

Na deflagração das operações, chamadas “Abigeato” e “Pasto Seguro”, também foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão. As ordens foram em endereços das cidades de Orobó e Macarapana, em Pernambuco, e Umbuzeiro, na Paraíba. A Polícia Civil do estado vizinho ajudou nas ações.

Foram apreendidos, nesta quarta, itens como celulares, armas de fogo, munições, dinheiro em espécie, carabina de pressão, ferrete (marcador de gado), binóculos e eletrônicos. 

As investigações da “Abigeato” começaram em maio deste ano e as da “Pasto Seguro” tiveram início em julho. Todos os envolvidos serão autuados por furto e organização criminosa.

O líder do grupo já foi preso com uma vasta quantidade de cocaína, em 2011. “Começamos a destrinchar e chegar nas cabeças, o pessoal que comanda. Chegamos até quem comanda a organização. Ele tem vários processos, é um indivíduo de alta periculosidade”, detalhou o delegado Marcos Nobre, responsável pela Operação Abigeato.

O delegado Jorge Pinto, que preside a Operação Pasto Seguro, citou que o valor obtido com o agrotóxico é “considerável”. “Sabendo disso e diante da dificuldade inerente à própria natureza desses crimes, a gente notou um desenvolvimento de ações dessa natureza no Interior de Pernambuco. Conseguimos efetuar o cumprimento de três mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão”, explicou o delegado.

O agente também afirmou que os indicativos, principalmente a partir do material apreendido nesta quarta-feira, que a organização criminosa vem se especializando em crimes dessa natureza. “Há um elo em comum entre as duas operações e os indivíduos são todos eles com experiência no tráfico de animais de grande porte, o que vem facilitando a prática desse crime”, completou o delegado.

A polícia ainda não sabe o destino do agrotóxico que era furtado, mas há suspeitas de endereços na Paraíba. “As investigações prosseguem porque não há como coibir esse tipo de crime se os receptadores não forem pegos também”, continuou Jorge Pinto. 

Ferrete apreendido chamou atenção


Na região, apenas esse grupo criminoso marcava o gado e ninguém conseguia comprovar que era furtado. “É uma forma claríssima de ocultação do produto ilícito. A maioria dessas vítimas, talvez por desconhecimento ou mesmo por falta de informação, deixavam os gados de sua propriedade desmarcados e, esses indivíduos já sabendo disso, assim que arrebatavam esses animais já marcavam”, concluiu o delegado.

Além disso, o ferrete achado tinha as iniciais de um dos investigados, o que, segundo o delegado, mostra traços de profissionalismo na conduta dos membros da quadrilha. 

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