Diretor da PRF do Rio de Janeiro é afastado do cargo por 90 dias | Marcelo Camargo/Agência Brasil
O Ministério Público Federal no Rio de Janeiro pediu, na manhã desta 3ª feira (15.nov), o afastamento do diretor-geral da Polícia Rodoviária Federal (PRF), Silvinei Vasques, por 90 dias.
De acordo com nota divulgada pelo órgão, o pedido ocorre porque Silvinei teria feito uso “indevido do cargo, com desvio de finalidade, bem como de símbolos e imagem da instituição policial com o objetivo de favorecer um dos candidatos nas eleições presidenciais”. No documento, o MPF ainda pede que o diretor da PRF seja condenado pela “prática dolosa de improbidade administrativa, por violar os princípios da administração pública”.
No documento, o Ministério Público usou fala oficiais e postagens das redes sociais para mostrar que Silvinei teria feito campanha para o atual presidente, Jair Bolsonaro. O órgão cita, por exemplo, uma publicação que o diretor da PRF fez pedindo voto para Bolsonaro nas vésperas das eleições.
“Não é possível, prima facie, dissociar da narrativa desta inicial a possibilidade de que as condutas do requerido, especialmente na véspera do pleito eleitoral, tenham contribuído sobremodo para o clima de instabilidade e confronto instaurado durante o deslocamento de eleitores no dia do segundo turno das eleições e após a divulgação oficial do resultado pelo TSE”, diz parte da nota do MPF.
Após pedido do MPF, a Polícia Federal abriu, na última 5ª feira (10.nov), um inquérito para investigar a atuação de Silvinei Vasques nos bloqueios de rodovias pelo país, após a derrota do presidente, Jair Bolsonaro (PL), nas eleições 2022.
O inquérito aberto pela PF deve investigar a responsabilidade de Vasques nas operações da PRF durante o domingo, dia 30, 2º turno das eleições presidenciais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) havia suspendido as ações em veículos que transportavam eleitores, e também suposta omissão do diretor-geral para acabar com os bloqueios montados nas estradas, à partir da noite daquele dia.
O MPF pediu ainda que a PF aprofunde os dados para verificar eventual crime de prevaricação, ou até mesmo envolvimento em atos antidemocráticos, por omissão. O inquérito é conduzido na Superintendência da PF do Distrito Federal e deve contar com dados das superintendências nos estados, onde foram feitas manifestações e bloqueios.