Apenas duas mulheres devem ser eleitas governadoras

Mesmo com um aumento considerável de candidaturas femininas frente a eleições passadas, apenas duas mulheres irão chefiar o Executivo Estadual a partir de 2023 no país.

Uma das chapas vitoriosas é encabeçada por Fátima Bezerra, do PT, atual governadora do Rio Grande do Norte. Ela já era a única mulher eleita para um governo estadual no pleito de 2018. A segunda mulher eleita para o executivo estadual nas eleições deste ano sairá da disputa, em segundo turno, no estado de Pernambuco entre Marília Arraes, do Solidariedade, e Raquel Lyra, do PSDB. Uma delas será a primeira governadora da história pernambucana.

Com esse resultado, dobra o número de mulheres eleitas para governadora em relação às eleições de 2018, mas, ainda assim, é um cenário majoritariamente masculino, quando observamos que o país tem 26 cadeiras disponíveis para governos estaduais, além da vaga ao executivo do Distrito Federal.

O número de eleitas também contrasta diante de outros dados ligados a gênero nas eleições deste ano: mulheres são pouco mais de 52% dos eleitores, representam 46% das pessoas filiadas a partidos políticos, mas foram apenas 38 concorrendo ao cargo de governadora e 89 ao de vice-governadora.

Além das duas governadoras, outras quatro candidatas foram eleitas em primeiro turno como vice em chapas encabeçadas por homens. Nos 12 estados onde haverá segundo turno, dez chapas têm candidatura feminina, mas todas concorrem ao cargo de vice.

Foram mecanismo de incentivo à candidatura feminina ações educativas e de cidadania, como a campanha “Mais Mulheres na Política”, lançada este ano pelo Tribunal Superior Eleitoral, e, principalmente, a Emenda Constitucional 117, que institui que os partidos políticos devem direcionar, no mínimo, 30% de seu Fundo Especial de Financiamento de Campanha e seu tempo de propaganda eleitoral em rádio e TV às candidatas mulheres.

Um recorde de 33,4% de candidatas quando somados os demais cargos em disputa, além de governadora e vice. Mas segundo Hannah Maruci, doutoranda em Ciência Política pela USP, a emenda precisa de regulamentação, principalmente em relação ao valor do fundo partidário destinado às mulheres.

O segundo turno das eleições 2022 acontece no próximo dia 30 de outubro.