O tema foi à pauta na reunião do conselho político da campanha do ex-presidente Lula na última segunda-feira (08). A pauta, ali, foi basicamente potencializar a presença nos setores onde o petista já se encontra fortalecido e investir nas áreas nas quais se detectou que o presidente Jair Bolsonaro tem uma inserção maior e consolidada, caso do núcleo evangélico.
Há um entendimento nos bastidores da campanha do ex-presidente de que o time do presidente da República “carimba a esquerda de antifamília, antiempresário, antideus nos discursos”. A preocupação do PT com a questão religiosa já era latente. Não à toa, há um comercial de Lula com a oração de São Francisco como pano de fundo. A ordem, agora, é matizar essas abordagens. Escalar alguns quadros entre os aliados para essa missão, faz parte da estratégia.
Um exemplo disso é a aposta no potencial do deputado federal André Janones para atingir esse público. Com cerca de 12 milhões de seguidores, Janones deve ser um capital para o PT nas redes sociais.
A campanha de Bolsonaro, por sua vez, estuda associar Janja, como é conhecida a mulher de Lula, a religiões de matriz africana, visando a prejudicar a imagem dela junto ao eleitorado evangélico. Janja postou fotografia ao lado de orixás da Umbanda e do Candomblé. Na última terça-feira (09), Michelle Bolsonaro compartilhou vídeo em que Lula aparece em solenidade de candomblé e associou a religião “às trevas”.
Há assim preocupação de ambos os lados com a questão religiosa na disputa. Em Pernambuco, integrantes do PP observam que, praticamente, não sobrou espaço no palanque de Danilo Cabral para os evangélicos. Ou avaliam que essa não tem parecido uma prioridade dos socialistas. Nos bastidores da Frente Popular, o que se diz é que não há qualquer discussão sobre isso em pauta, prevendo algum tipo de resistência. Mas, diante de tal percepção, quem passou a sondar e chegar mais perto da ala evangélica do PP foi Miguel Coelho.
Candidato a governador pelo União Brasil, ele foi à mesa com alguns, a exemplo do deputado estadual Adalto Santos, e pode captar apoios nesse setor, uma vez que, no grupo, não há simpatia ao nome de Anderson Ferreira, que encabeça o palanque do presidente Jair Bolsonaro no Estado.
Adalto foi à mesa com Miguel e Anderson
O deputado estadual Adalto Santos, um dos nomes da ala evangélica e bolsonarista do PP, já foi à mesa com Miguel Coelho, mas também já tinha sido procurado por Anderson Ferreira. Adalto, no entanto, ainda não decidiu em quem vai votar e não está de todo descartado que possa ainda apoiar Danilo Cabral, com quem também já dialogou.
Loading > Indagado pela coluna, Adalto resume: “Mesmo com o PP dando liberdade, estamos analisando as propostas de cada um. Muitos pernambucanos estão na mesma situação que eu.
BO > Quem acompanhou a reunião do conselho político da campanha de Danilo Cabral, na última segunda-feira, observa que não foram poucas as mensagens enviadas por Júnior Uchoa para o presidente estadual do PSB, Sileno Guedes. Nos bastidores, desde o domingo, corria um zum-zum-zum sobre o PSB ter registrado o deputado como candidato à reeleição, com número 40199 na ata, e não a deputado federal. Segundo relatos de quem acompanha as movimentações, bases de Júnior Uchoa, como as prefeitas de Primavera e Amaraji, teriam migrado para Sileno.
Grato > Aliado do candidato a governador Anderson Ferreira, o prefeito de Jaboatão, Mano Medeiros, recebeu o ministro do Turismo, Carlos Brito, e agradeceu a atenção dada pelo presidente Jair Bolsonaro ao Estado e ao seu município. A nova etapa da orla de Jaboatão vai sair com recursos do Governo Federal.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo