Crédito, Franklin County Jail

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Gershon Fuentes compareceu a um tribunal na quarta-feira (13/7)

Um homem no Estado de Ohio, nos Estados Unidos, foi indiciado pelo estupro de uma menina de 10 anos que teve que sair de Ohio para conseguir realizar um aborto depois que seu Estado natal proibiu o procedimento.

Gershon Fuentes, de 27 anos, compareceu ao tribunal na cidade de Columbus na quarta-feira (13/7).

A situação da menina — cujo nome não foi divulgado — chamou a atenção internacional.

O presidente dos EUA, Joe Biden, citou o caso ao criticar as recentes restrições ao aborto nos EUA, mas alguns céticos chegaram a acusar de que tudo se tratava de uma farsa.

AVISO: Esta história contém detalhes que alguns leitores podem achar perturbadores

Milhões de mulheres e meninas perderam o direito constitucional ao aborto, que vigorava há décadas no país, após uma decisão da Suprema Corte dos EUA tomada no mês passado.

Em um discurso na sexta-feira passada condenando essa decisão, o presidente Biden disse: “Imagine ser aquela menininha!”

Horas após a decisão da Suprema Corte, parlamentares estaduais de Ohio proibiram qualquer tipo de aborto após seis semanas de gestação — sem exceções nem mesmo para vítimas de estupro ou incesto.

Segundo o jornal Indianapolis Star, a criança no caso que provocou a indignação de Biden estava grávida de seis semanas e três dias.

Encaminhada por um médico de abuso infantil em Ohio, a menina visitou uma clínica em Indianápolis, no Estado de Indiana, para se submeter a um aborto médico no dia 30 de junho.

Embora haja esforços para restringir o acesso ao aborto também em Indiana, o procedimento segue sendo legal no Estado.

Após a decisão da Suprema Corte, 26 Estados americanos restringiram severamente o aborto ou devem fazê-lo nas próximas semanas e meses.

Segundo os promotores, acredita-se que a criança tinha nove anos quando foi atacada. Ela disse à polícia que estava grávida por causa de Fuentes, informou o IndyStar.

A polícia diz que o acusado, que foi preso na terça-feira em um apartamento em Columbus, admitiu ter estuprado a menina, segundo o jornal Columbus Dispatch. Uma amostra de saliva dele estava sendo verificada, segundo a imprensa local.

Fuentes é um cidadão da Guatemala e está nos EUA ilegalmente, segundo uma fonte do Departamento de Imigração à emissora Fox News.

A juíza do Tribunal Municipal do Condado de Franklin, Cynthia Ebner, o manteve sob custódia, com fiança de US$ 2 milhões (mais de R$ 10 milhões), alegando que existe risco de Fuentes fugir ou colocar a criança em perigo.

Ele pode pegar prisão perpétua, caso seja condenado.

O caso foi noticiado pela primeira vez em 1º de julho com poucos detalhes no IndyStar. Enquanto outros meios de comunicação tentavam confirmar a história, conservadores proeminentes começaram a questionar sua veracidade.

Entre os céticos estava o congressista Jim Jordan, republicano de Ohio, que tuitou na terça-feira (12/7) que a história era “outra mentira”. No dia seguinte, quando surgiram as notícias sobre o processo no tribunal, Jordan parece ter deletado o tuíte.

Um novo tuíte foi publicado em que o parlamentar pedia que o suspeito fosse “processado com toda a força da lei”.

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