Quando ainda cresciam os rumores de que o PP recuaria dos planos de declarar apoio a Marília Arraes, o presidente estadual da sigla, Eduardo da Fonte, a pessoas próximas, sinalizara, em conversas reservadas, que a permanência na Frente Popular não impediria o apoio ao pré-candidato ao Senado, André de Paula. No Palácio das Princesas, se admitia, ali, inclusive, que esse movimento seria admissível.
Por lá, se ponderava que uma parte dos prefeitos eleitores de André já votariam no pré-candidato do PSB ao Governo do Estado, Danilo Cabral, movimento que levaria a uma aceitação da postura de Eduardo da Fonte, caso ele mantivesse o apoio do dirigente estadual do PSD, mesmo votando no socialista para governador. O detalhe é que, hoje, depois de o PP ter batido o martelo no apoio a Danilo, a relação com André de Paula já não seria mais a mesma.
Ao menos, no conjunto comandado por Marília, já não se conta com apoio de Eduardo ou do PP a André. E não só prevalece o entendimento de que Eduardo não votará em André como essa informação é ancorada, inclusive, em entendimento recente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE). O TSE, realçam fontes que acompanham as movimentações, respondendo a consulta recente, deixou claro que um partido não poderá formalizar apoio a um candidato a governador de uma coligação e a um senador de outra.
Em outras palavras, em sessão administrativa do último dia 21 de junho, o plenário do TSE decidiu que partidos coligados para concorrer ao governo do Estado não podem fazer outra aliança para o cargo de senador. E uma costura informal não é o que o conjunto encabeçado por Marília esperava. O importante, observam fontes em reserva, é o tempo de televisão da legenda, que foi hipotecado ao PSB, à medida que o PP estará coligado com a sigla na majoritária.
Outro fator ainda pesa: André e Marília pretendem fazer campanha de forma harmônica e alinhados e o movimento de Eduardo já não contemplaria os dois. Eduardo da Fonte ainda não se pronunciou sobre o tema, que tem tratado com cautela desde que deu os primeiros passos na direção de ficar na Frente Popular.
Me dê motivos
Eduardo da Fonte adentrou no meio da coletiva na qual André de Paula, ainda em maio, anunciava que concorreria ao Senado e grifava, na ocasião, por várias vezes, que seu gesto, de se lançar na corrida, significava que ele “não está sozinho”. Ali, o dirigente progressista informou ter consultado toda executiva estadual do PP que, por unanimidade, acenara a favor do apoio a André. Apesar disso, esse apoio já não deve se consolidar, tanto pela jurisprudência mantida pelo TSE como pelo conceito de harmonia interna que vem sendo priorizado nesse conjunto, composto ainda por Sebastião Oliveira na condição de pré-candidato a vice.
Imprevisto > Sebastião Oliveira não participou, nesta quarta- (13), do encontro de parlamentares com Lula, como previsto, porque se encontrava na residência do presidente da Câmara Federal, Athur Lira, em reunião sobre a PEC das Bondades.
Bandeira > Presidente do PSB-PE, Sileno Guedes comanda, nesta quinta (14), às 18h, o lançamento de sua pré-candidatura a deputado estadual em evento no Fiordes Bistrô. Entre as bandeiras dele rumo à Alepe, está a assistência social. Militando nessa área, ele ficou à frente da implantação do 13º do Bolsa Família, que transferiu quase meio bilhão de reais para as pessoas mais pobres.
Perspectiva > Com a convocação feita por Bolsonaro para que Clarissa Tércio concorra à Câmara Federal, o PP, agora, calcula que deve fazer de cinco a seis deputados federais e de 12 a 14 estaduais, considerando que o marido dela, Júnior Tércio, vai concorrer à Alepe, sendo considerado grande puxador de votos.
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Fonte: Folha PE
Autor: Renata Bezerra de Melo
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