Nos últimos dias, a população dos municípios da Zona da Mata Sul e do Agreste de Pernambuco vem sofrendo com as fortes chuvas que atingem as regiões. Até esta segunda-feira (4), 29 cidades tinham sido atingidas com as chuvas que tiveram início no dia 1º de julho. De acordo com a Defesa Civil de Pernambuco, duas pessoas estão desaparecidas, 1.085 desabrigadas e outras 5.988 desalojadas nas regiões afetadas.
Segundo o meteorologista da Agência Pernambucana de Águas e Clima (Apac) Romilson Ferreira, durante os meses de junho e julho, chuvas com índices mais elevados são acontecimentos naturais.
“Estamos no período chuvoso do setor Leste do Estado. Os meses mais chuvosos são junho e julho em todo esse setor. O acumulado de chuva forte nesta época é natural”, disse.
Aliado ao período chuvoso natural, o sistema meteorológico chamado Distúrbio Ondulatório de Leste (DOL) também ajudou a intensificar as chuvas durante esse final de semana. O fenômeno é uma perturbação no campo de vento e pressão que atua na faixa tropical do globo terrestre, em área de influência dos ventos alísios.
“É basicamente a energia que se desloca pelo oceano e que ajuda a promover chuva, gerando a formação de nuvens”, destacou o meteorologista.
É natural que o fenômeno DOL ocorra nesta época do ano. “Boa parte da precipitação que acontece no setor Leste, que vai do Litoral até o Agreste, é contribuição desse fenômeno. Um fenômeno desse ocorreu desde a quinta-feira, dia 30 de junho, e permaneceu até o sábado (2) pela manhã, favorecendo a chuva principalmente entre o Agreste Meridional e a Mata Sul”, pontuou Romilson.
“Os acumulados foram significativos. Associado ao fato de ter um acúmulo bastante significativo, está a grande distribuição de área, que favoreceu para ter o aumento de rios e reservatórios nas localidades”, observou o meteorologista.
Segundo Romilson, o fenômeno que ocorreu entre os dias 30 de julho e 2 de julho já foi dissipado e não contribui mais para as chuvas no Estado.
“A gente ainda tem algum resquício de precipitação, mas é devido a um outro fenômeno, e continuaremos tendo chuvas ainda nos próximos dias. Estamos nos meses que mais chove, e algumas coisas favorecem esse sistema, como ventos em baixos níveis que são comuns de chegarem de Sudeste com canal de umidade e favorecer a chuva nessa mesma região”, explicou.
Acumulado de chuvas
Na Zona da Mata Sul, Barreiros foi o município em que mais choveu entre os dias 1º e esta segunda-feira (4), com um acumulado de 182.8 milímetros, de acordo com a Apac.
Já os municípios de Quipapá, São Benedito do Sul, Maraial e Jaqueira apresentaram índices maiores do que a média histórica esperada para todo o mês de julho.
Em Quipapá, o acumulado de chuvas está em 152 mm – 126% a mais em relação à média de 121 mm. Em Jaqueira, o volume soma 138 mm, 111% acima da média de 124.20 mm.
Em Maraial, o acumulado chegou a 146.6 milímetros, 130% a mais do que a média de 113.10 mm. Já em São Benedito do Sul, o índice está em 161.3 mm, 146% a mais do que a média de 110.20 mm.
No Agreste, o município de Brejão acumula um índice de 268.5 mm – 118% a mais em relação à média histórica de 227.10 mm. Até o 4º dia do mês, Brejão foi a cidade com o maior índice de chuva acumulada da região.
Confira os municípios do Agreste com acumulados acima da média para julho (de 1º a 4 de julho):
Águas Belas – acumulado de chuvas 153.4 mm – 192% a mais em relação à média de 80.10 mm.
Altinho – acumulado de chuvas 92.4 mm – 105% a mais em relação à média de 87.90 mm.
Angelim – acumulado de chuvas 163.5 mm – 112% a mais em relação à média de 145.50 mm.
Bom Conselho – acumulado de chuvas 144.1 mm – 140% a mais em relação à média de 102.90 mm.
Bonito – acumulado de chuvas 185.1 mm – 127% a mais em relação à média de 145.60 mm.
Brejão – acumulado de chuvas 268.5 mm – 118% a mais em relação à média de 227.10 mm.
Buíque – acumulado de chuvas 141 mm – 138% a mais em relação à média de 102 mm.
Cachoeirinha – acumulado de chuvas 72 mm – 105% a mais em relação à média de 68.40 mm.
Caetés – acumulado de 126.9 mm – 129% a mais em relação à média de 98.30 mm.
Capoeiras – acumulado de 104.3 mm – 116% a mais em relação à média de 89,90 mm.
Correntes – acumulado 230 mm – 129% a mais em relação à média de 177.70 mm.
Garanhuns – acumulado 179 mm – 135% a mais em relação à média de 132.90 mm.
Iati – acumulado 88.5 mm – 111% a mais em relação à média de 79.40 mm.
Itaiba – acumulado 84 mm – 126% a mais em relação à média de 66.70 mm.
Jucati – acumulado 131 mm – 163% a mais em relação à média de 80.50 mm.
Jupi – acumulado 101 mm – 112% a mais em relação à média de 90.50 mm.
Palmeirina – acumulado 190.7 mm – 111% a mais em relação à média de 171.30.
Paranatama – acumulado 136.2 mm – 104% a mais em relação à média de 131.40 mm.
Saloá – acumulado 175 mm – 138% a mais em relação à média de 126.70 mm.
São João – acumulado 163.1 mm – 117% a mais em relação à média de 139.90 mm.
Terezinha – acumulado 194 mm – 118% a mais em relação à média de 165.10 mm.
Tupanatinga – acumulado 82.6 mm – 107% a mais em relação à média de 77.50 mm.
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