Questionado nesta quinta-feira acerca da fala de Nelson Piquet sobre piloto britânico Lewis Hamilton, o holandês Max Verstappen disse que não acredita que o brasileiro seja racista. Verstappen é namorado da filha de Nelson Piquet, Kelly.
“É claro que as pessoas o rotulam de racista agora, o que não acho ele que seja, mas concordo plenamente que você não pode usar essas palavras. Passei um pouco de tempo com Nelson, acho que mais do que a média das pessoas em geral, e ele definitivamente não é racista”, disse o piloto da Red Bull, em Silverstone, ao site Motorsport.
Em outra entrevista, o piloto holandês disse ser contra o racismo:
“Por todo o mundo, não só na Fórmula 1, não é correto usar esse tipo de palavras, mas isto já começa com a educação. Hoje em dia, desde muito jovem, seja em casa, seja na escola, as crianças aprendem que não se pode dizer ou usar essas expressões. É nisso que temos de trabalhar” disse Verstappen, apontando ainda para a importância de Hamilton para diminuir o preconceito no meio automobilístico.
Tricampeão da Fórmula 1, Piquet fez a afirmação ao ser perguntado se uma tentativa de ultrapassagem feita por Max Verstappen sobre o inglês, no GP de Silverstone do ano passado, era similar a uma feita por Ayrton Senna, em prova realizada 1990. Procurada pela reportagem, a assessoria de Nelson Piquet não quis se manifestar sobre o caso.
O registro da fala de Piquet passou a circular nas redes sociais desde o domingo. No Brasil, ocorre crime de racismo quando há ofensa à dignidade de alguém, com base em elementos referentes à sua raça, cor, etnia, religião, idade ou deficiência, com pena que pode ir de 1 a 3 anos de reclusão.
O ex-piloto se manifestou pela primeira nesta quarta-feira. Através de comunicado, o brasileiro pediu desculpas ao heptacampeão da Fórmula 1 e “todos que foram afetados”. Piquet negou que tenha usado o termo “neguinho” com intenção de ofender, e afirma que o termo é comum no Brasil:
“O que eu disse foi mal pensado, e eu não vou me defender por isso, mas eu vou deixar claro que o termo é um daqueles largamente e historicamente usados de forma coloquial no português brasileiro como sinônimo de ‘cara’ ou ‘pessoa’ e nunca com intenção de ofender. Eu nunca usaria a palavra que estou sendo acusado em algumas traduções. Condeno veementemente qualquer sugestão de que a palavra tenha sido usada por mim com o objetivo de menosprezar um piloto por causa de sua cor de pele”, disse.
Ele continuou condenando as traduções usadas para o tremo, já que a polêmica atingiu a mídia internacional.
“Eu me desculpo com todos que foram afetados, incluindo Lewis, que é um grande piloto, mas a tradução em algumas mídias e que agora circula nas redes sociais não é correta. Discriminação não tem espaço na F1 ou na sociedade e estou feliz em deixar claro meus pensamentos sobre isso” finalizou.
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Fonte: Folha PE