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Pesquisadores da Imperial College em Londres, na Inglaterra, divulgaram nesta terça-feira um novo estudo que aponta que a infecção pela variante Ômicron da Covid-19 não garante proteção contra a reinfecção. Conforme especialistas, a descoberta poderia ajudar a explicar por que contágios repetidos em uma mesma pessoa têm sido uma característica comum dessa cepa, que se espalha em um momento em que a vacinação ainda fornece proteção contra casos graves e morte.
“Quando a Ômicron começou a se espalhar pelo país, as pessoas diziam que isso melhoraria a imunidade delas. O que estamos dizendo é que a infecção não é um bom reforço da imunidade”, ressaltou ao The Guardian a professora Rosemary Boyton, coautora do estudo.
A pesquisa foi realizada com 731 profissionais de saúde com três doses da vacina contra a doença no Reino Unido. Para aqueles que foram triplamente imunizados e não tiveram infecção prévia pelo SARS-CoV-2, a infecção por Ômicron forneceu um impulso imunológico contra variantes anteriores (Alfa, Beta, Gamma, Delta e a cepa ancestral original), mas pouca eficácia contra a própria Ômicron. Os infectados durante a primeira onda da pandemia e depois novamente com a Ômicron não tiveram nenhum reforço na imunidade.
Pesquisadores concluíram, portanto, que independentemente do histórico de infecção anterior dos participantes, algumas semanas após a terceira vacina de Covid-19, seus níveis de células T contra proteínas Ômicron eram baixos, enquanto os níveis de anticorpos contra proteínas Ômicron eram mais baixos do que contra outras variantes.
“Descobrimos que a Ômicron está longe de ser um impulsionador natural benigno da imunidade da vacina, como poderíamos ter pensado, mas é um evasor imunológico. Não só pode romper as defesas da vacina, mas parece deixar poucas das marcas que esperávamos no sistema imunológico. É mais furtiva do que as variantes anteriores e se espalha sob o radar, o sistema imunológico é incapaz de se lembrar dela”, explicou em entrevista à Imperial College Danny Altmann, outro autor do estudo.
O estudo destaca que, embora a vacinação forneça proteção contra doenças graves, o impacto da infecção e da reinfecção na saúde a longo prazo ainda não é conhecido.
“Temos a preocupação de que a Ômicron possa sofrer ainda mais em uma cepa mais patogênica ou se tornar mais capaz de superar a proteção da vacina. Nesse cenário, as pessoas que tiveram infecção por Ômicron teriam pouco reforço contra infecções futuras, dependendo de sua impressão imunológica”, ressaltou Altmann.
“A ligação entre o histórico de infecção de uma pessoa e sua resposta à vacina agora está clara. A infecção anterior com diferentes variantes afeta tanto a potência quanto a durabilidade de suas respostas imunológicas. A eficácia das atuais estratégias de vacinação dependerá não apenas de quais variantes se tornarão dominantes no futuro, mas também de como as ondas anteriores de infecção afetaram nossa imunidade”, explicou Joseph Gibbons, da Queen Mary University of London, também autor do estudo.
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Fonte: Folha PE