Neste domingo (5), o prefeito João Campos visitou as famílias da comunidade do Sapo Nu, uma das mais atingidas pelas chuvas, e acompanhou a entrega de donativos. Gestor também reforçou o compromisso do auxílio emergencial de R$ 2,5 mil aos mais afetados. (Foto: Rodolfo Loepert/PCR)
Um comboio de esperança e solidariedade do programa Recife Solidário, da Prefeitura do Recife, levou donativos para famílias que moram no Curado, na comunidade do Sapo Nu, Zona Oeste, neste domingo (5), uma das mais atingidas pelas chuvas do maior desastre climático da cidade. O prefeito João Campos esteve no local para acompanhar as ações e se solidarizar com as famílias que tiveram seus imóveis comprometidos, eletrodomésticos e móveis encharcados e arrastados pelas chuvas. Na ação, 400 famílias foram beneficiadas recebendo duas cestas básicas, colchões, kits de higiene pessoal e de limpeza. Na ocasião, o prefeito reiterou o auxílio emergencial de R$ 2,5 mil que a Prefeitura, Câmara Municipal e Governo do Estado vão conceder às vítimas e ampliação do valor do auxílio-moradia para R$ 300,00. A partir desta segunda-feira (6), agentes comunitários de Saúde começam a coletar informações em campo para agilizar o pagamento da ajuda financeira.
“Estou no Curado, na comunidade Sapo Nu, uma das áreas mais atingidas do Recife. Em cada área, desde o primeiro momento, a gente está com presença ativa. A gente começou pela limpeza, nos abrigos fazendo o acolhimento e hoje a gente já está aqui fazendo uma ação do Recife Solidário. São 400 famílias sendo atendidas, todas que estão na comunidade foram cadastradas e a gente hoje faz a distribuição de donativos: duas cestas básicas por família, kit de limpeza, kit de higiene pessoal e colchão, para a gente poder ajudar nesse momento tão difícil”, declarou o prefeito João Campos.
“Aqui é uma das áreas que será cadastrada para receber o auxílio do Governo do Estado de R$ 1,5 mil e o de R$ 1 mil da Prefeitura do Recife com a Câmara de Vereadores, para a gente poder dar essa essa força, nesse recomeço, nessa necessidade de reconstrução das áreas mais atingidas. Eu estou andando em cada uma dessas áreas, conversando com as pessoas, vendo de perto qual é o tamanho desse estrago. A gente está construindo as alternativas juntos, porque a gente tem um povo guerreiro, que junto com a Prefeitura e com toda cidade, vai e recomeçar”, acrescentou o gestor.
Recém-cadastrada e já com as fichas em mãos para trocar pelos donativos, Andreza Pereira, 33 anos, desempregada, comemorou poder receber ajuda para levar para casa onde mora com o marido e os dois filhos. O imóvel dela alagou, os eletrodomésticos e imóveis se acabaram e a feira que havia feito poucos dias antes das fortes chuvas ficou boiando na água. “Vai ajudar e muito isso aqui. Com meninos pequenos em casa, sobrou pouquíssimo pra gente comer. O que a gente ganhar, já ajuda demais”, disse.
Entre as famílias que perderam tudo, o desempregado Miguel Torres, 62 anos, relatou que na casa dele tudo ficou destruído. “Estamos em uma situação lamentável. Agradeço a Deus e à Prefeitura porque se não fosse essa ajuda eu não sei o que seria de nós, de toda a comunidade. Lá na minha casa a água deu na cintura, mas teve casa aí na comunidade que a água chegou na telha. Muita gente perdeu tudo. Ninguém nunca viu uma cheia dessa. Há muito anos que moro aqui e não tinha visto”, lamentou.
Na ação do Recife Solidário foram doados 800 cestas básicas, 800 sacos de arroz, 800 sacos de cuscuz, 800 caixas de leite 1L, 400 kits de higiene, 400 kits de limpeza, além de 150 colchões, roupas de cama, vestuários e calçados para adultos e crianças. Luciana Nunes, 34 anos, e Felipe Lopes, 35 anos, pais de sete filhos, ainda conseguiram levar para casa alguns sapatos que foram doados à ação do Recife Solidário. “Além da comida e dos kits, viemos tentar encontrar algum calçado para as crianças. Estamos tentando recuperar tudo”, contaram.
CADASTRO DAS VÍTIMAS – A partir desta segunda-feira (6), entram 140 Agentes Comunitários de Saúde (ACS) e de saúde ambiental e controle de endemias (asaces) dos distritos sanitários 4, 5 e 8, que abrangem áreas como Várzea, Coqueiral e Ibura, entram em ação para cadastrar vítimas das chuvas e agilizar o pagamento de auxílio emergencial. Como forma de agilizar processo de pagamento do auxílio emergencial, no valor de R$ 2,5 mil, os agentes trabalharão com aplicativo especificamente desenvolvimento para coletar todos os dados em campo e que, posteriormente, permitirá o cruzamento com a base do Cadastro Único para Programas Sociais (CadÚnico) e outras bases de dados da Prefeitura.
AUXÍLIO EMERGENCIAL – Na sexta-feira (3), a Prefeitura do Recife, o Governo de Pernambuco e a Câmara dos Vereadores anunciaram o pagamento de um auxílio emergencial, no valor de R$ 2,5 mil, para as famílias que foram severamente afetadas pela tragédia e que integram o CadÚnico. A ajuda vai chegar aos moradores que vivem em áreas de risco e pontos de alagamento definidos pela Defesa Civil na capital pernambucana. Esse auxílio, que será pago em uma única parcela, se somará ao auxílio-moradia que será concedido às pessoas que perderam suas casas. O benefício passará de R$ 200,00 para R$ 300,00 por mês, um incremento de 50%. Essa atualização também terá efeito para os 5.594 atuais beneficiados, além das famílias que serão cadastradas no programa pelas equipes de Defesa Civil e Assistência Social.