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Nadal vence Ruud e conquista seu 14º Roland Garros e 22º Grand Slam

O espanhol Rafael Nadal mostrou que é o rei indiscutível do saibro ao vencer seu 14º Roland Garros neste domingo (5) e aumentar seu recorde de títulos em torneios de Grand Slam para 22, dois a mais que Roger Federer e Novak Djokovic.

Desta vez sem os duelos épicos contra seus dois maiores rivais do circuito, Nadal venceu com tranquilidade o norueguês Casper Ruud por 3 sets a 0, parciais de 6-3, 6-3 e 6-0 na final.

Nadal chegou à impressionante marca de 112 vitórias em 115 jogos disputados no saibro parisiense. Um número difícil de acreditar, mas à altura do maior jogador que a quadra Philippe Chatrier já viu. 

Para se ter uma ideia, somando todos os títulos dos 10 tenistas que ficaram mais semanas no topo do ranking da ATP (Federer, Djokovic, Lendl, McEnroe, Connors, Borg, Agassi, Sampras e Hewitt) se chega a 13 troféus no saibro francês.

Apesar de não ter chegado como favorito para o título deste ano, uma costela fraturada em março e problemas crônicos no pé esquerdo o impediram de se preparar adequadamente, Nadal não deu nenhuma chance a Ruud, que disputava sua primeira final de Grand Slam. Algo que já não seria fácil por se tratar do ‘quintal’ do espanhol.

“Obrigado a minha equipe e minha família por tudo que fizeram por mim ao longo dos anos, especialmente nos piores momentos. Sem vocês eu já teria me aposentado há muito tempo”, declarou Nadal assim que recebeu a Taça dos Mosqueteiros.

“Lutar para seguir o máximo possível”

Apesar de sua lesão crônica no pé esquerdo não só colocar em dúvida sua participação nesta edição de Roland Garros, mas também sua carreira, Rafael Nadal enviou uma mensagem tranquilizadora aos seus fãs após a conquistar, prometendo não abandonar as competições.

“Voltar a ser competitivo depois do que passei é incrível. Não sei o que vai acontecer no futuro, mas vou continuar lutando para seguir o maior tempo possível”, disse ele ao receber o troféu.

Sem fazer uma partida espetacular, embora tenha dado alguns golpes que são sua marca registrada, mas com pouquíssimos erros também, Nadal venceu a partida e continua sem perder nenhuma final de Roland Garros (14 decisões e 14 títulos). 

Nadal soube aproveitar muito bem seu saque (82% dos pontos conquistados com o primeiro serviço, contra apenas 53% de Ruud) e letal no restante (55% dos pontos conquistados no saque do norueguês), além de fazer mais ‘winners’ (37-16) e cometer menos erros (18-26).

Depois de uma quinzena particularmente fria e chuvosa, inclusive nesta manhã de domingo, o tempo melhorou para que Nadal pudesse jogar numa quadra sem cobertura e o sol até apareceu a partir do segundo set. Condições ideais para o espanhol. 

Sob o olhar atento do rei da Espanha, Felipe VI, presente na primeira fila do camarote das autoridades na Philippe Chatrier, Nadal não teve piedade de um adversário contra quem nunca havia jogado no torneio, mas havia enfrentado durante os treinos que Ruud frequentemente faz na academia que o espanhol tem em sua Maiorca natal.

Rei absoluto do saibro

Nadal, que disputava sua 30ª final de Grand Slam, entrou na quadra pronto para não deixar Ruud desfrutar o momento, já que o jovem nunca havia se visto nessa situação. Ele venceu facilmente o primeiro game e conseguiu o primeiro ‘break’ no segundo com um tênis beirando a perfeição. 

E rapidamente evitou qualquer tentativa de reação do norueguês, como quando perdeu o serviço no terceiro jogo, mais por seus deméritos (cometeu duas duplas faltas), do que por méritos de Ruud, para recuperar o break imediatamente e fechar o primeiro set em 48 minutos (6-3). 

Após o nervosismo no início, Ruud começou a soltar o braço no segundo set, resistindo aos ralis com Nadal e aproveitando a oportunidade para abrir uma vantagem (1-3) com uma quebra que o espanhol cedeu com outra dupla falta. 

Mas Nadal voltou a elevar o nível de seu tênis e venceu cinco games seguidos levando o segundo set, novamente por 6-3, e ficando a um set do título.

E o terceiro set não teve história para contar (6-0). Nadal sabia que era campeão e Ruud, o jogador com mais vitórias no saibro nas duas últimas temporadas, não teve escolha a não ser reconhecer que existe apenas um ‘rei do saibro’. Sem discussão. 

“Parabéns Rafa. É seu 14º título aqui, seu 22º Grand Slam. Já percebi como é jogar uma final contra você aqui, não fui o primeiro a sofrer isso”, brincou Ruud ao receber o troféu de vice-campeão.

Nadal sucede Djokovic que no ano passado derrotou o grego Stefanos Tsitsipas na final, depois de eliminar Nadal nas semifinais. 

Na lista de maiores campeões do torneio parisiense na ‘era Open’ (desde 1968), Nadal segue aumentando a distância em relação ao segundo, o ex-tenista sueco Björn Borg, que conquistou seis títulos entre 1974 e 1981.

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Fonte: Folha PE

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