Anderson Ferreira (PL) cresce em meio à ascensão da “direita lúcida” em Pernambuco. Pesquisa aponta fortalecimento de seu nome na disputa pelo Senado em 2026

Por Luiz Gonzaga Jr – Hoje Pernambuco

O ex-prefeito de Jaboatão dos Guararapes e presidente estadual do PL, Anderson Ferreira, aparece liderando o primeiro cenário da nova pesquisa divulgada pela Simplex Consultoria em parceria com o Blog do Jamildo, para o Senado Federal em 2026. O crescimento de Anderson tem sido construído nos bastidores com articulações consistentes em torno de uma nova linha política que vem ganhando espaço no estado: a chamada “direita lúcida” — uma direita mais estratégica, menos estridente/extremista, e com foco em resultados práticos.

Ao lado do irmão e deputado federal André Ferreira — o mais votado do Nordeste em 2022 — Anderson tem pavimentado um caminho que une força política, capilaridade partidária e narrativa moderada. A dupla, que domina o comando do PL em Pernambuco, vem atraindo lideranças de diversas regiões do estado, especialmente na Região Metropolitana e no Agreste, montando uma base robusta para o projeto eleitoral de 2026.

Pesquisa: Anderson lidera cenário sem Marília

A pesquisa, realizada nos dias 22 e 23 de dezembro de 2024, testou dois cenários para o Senado, já que em 2026 Pernambuco terá duas vagas em disputa. No primeiro, sem Marília Arraes, Anderson aparece na liderança com 11,8% das intenções de voto, superando nomes como Humberto Costa (PT), com 10,7%, e Armando Monteiro (Podemos), com 9,4%.

Confira os números do primeiro cenário:

• Anderson Ferreira (PL) – 11,8%

• Humberto Costa (PT) – 10,7%

• Armando Monteiro (Podemos) – 9,4%

• Gilson Machado (PL) – 7,5%

• Miguel Coelho (União Brasil) – 7,0%

• Mendonça Filho (MDB) – 5,6%

• Fernando Dueire (MDB) – 1,9%

• Indecisos – 23,9%

• Brancos/Nulos – 22,2%

Os dados mostram um cenário pulverizado, com quase metade do eleitorado entre indecisos, brancos e nulos. Ainda assim, o desempenho de Anderson confirma que seu nome já está consolidado entre os principais postulantes.

No segundo cenário, Marília lidera; Anderson fora

No segundo cenário testado, a entrada da ex-deputada federal Marília Arraes (Solidariedade) muda a configuração. Ela lidera com 18,5%, seguida por Humberto (13,5%) e Gilson Machado (13,4%). Anderson não foi incluído nesse recorte.

Veja os números do segundo cenário:

• Marília Arraes (SD) – 18,5%

• Humberto Costa (PT) – 13,5%

• Gilson Machado (PL) – 13,4%

• Paulo Câmara (sem partido) – 5,6%

• Silvio Costa Filho (Republicanos) – 4,9%

• Dudu da Fonte (PP) – 4,3%

• Fernando Dueire (MDB) – 1,4%

• Indecisos – 14,4%

• Brancos/Nulos – 24,1%

A pesquisa ouviu 600 pessoas por telefone, com margem de erro de 4 pontos percentuais e 95% de confiança.

Direita mais objetiva em Pernambuco: menos radical, mais articulada

O bom desempenho de Anderson Ferreira está diretamente associado ao avanço da estratégia política que deve estar sendo adotada pelo PL em Pernambuco. Aparentemente longe da retórica extremista e inflamável do bolsonarismo raiz, o partido — sob o comando dos irmãos Ferreira — tem apostado em um discurso conservador, mas com foco em gestão, segurança, empreendedorismo e desenvolvimento regional.

Essa mudança de tom tem agradado setores empresariais, evangélicos moderados, servidores públicos e eleitores de classe média insatisfeitos com os extremos da política. A grande verdade é que o eleitorado está mais exigente, e o discurso de “guerra” já não rende os mesmos dividendos eleitorais de 2018.

PL deve consolidar chapa forte para 2026

Nos bastidores, dá para perceber que, Anderson e André Ferreira estão trabalhando em duas frentes: o fortalecimento da nominata estadual e federal do PL — que deve atrair vereadores com capilaridade política, prefeitos e lideranças com densidade eleitoral. A legenda deve ter pelo menos um nome forte ao Senado e uma candidatura de apoio a um candidato(a) a governo do estado.

O desempenho de Gilson Machado (PL) na pesquisa, mesmo com apoio declarado de Bolsonaro, aparentemente vem caindo após sua prisão no início do mês. Gilson não pode mais usar seu principal combustível, o próprio Bolsonaro. Além disso pesa a grande possibilidade de Bolsonaro ser preso e tanto um como o outro sejam proibidos de ter contato ou se relacionar em público.

A análise do momento

• Anderson se consolida como o nome da direita competitiva: com estrutura, apoio parlamentar e narrativa própria, ele se apresenta como alternativa real ao Senado.

• PL avança no interior: o trabalho de André Ferreira tem dado resultados e ampliado o campo de influência do partido além da RMR.

• Cenário ainda aberto: o alto número de indecisos e nulos mostra que o eleitor ainda não está decidido e que o jogo está longe de estar encerrado.

• Marília e Humberto seguem fortes: ambos têm recall e base eleitoral consolidada, especialmente entre os eleitores mais à esquerda.