O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) contrariou as recentes declarações do ex-ministro do Turismo, Gilson Machado, durante um evento no Rio de Janeiro. Após Machado “choramingar” e demonstrar descontentamento com a presença de Anderson Ferreira(PL) no evento do PSD em Pernambuco – ocasião que o partido filiou a governadora Raquel Lyra –, o ex-presidente afirmou que já resolveu suas diferenças com o presidente da legenda, Gilberto Kassab. Bolsonaro também destacou que a bancada do PSD está alinhada na defesa da anistia para os envolvidos nos atos de 8 de janeiro.
Enquanto isso, em Pernambuco, o PL tem adotado um tom mais moderado, evitando o radicalismo que marcou a política bolsonarista nos últimos anos. Esse movimento reflete uma mudança no cenário político da direita, que, aos poucos, tem se afastado de discursos extremistas. Ninguém aguenta mais isso !
É notório que está cada vez menor a adesão a eventos da direita pelo Brasil. Não que o eleitorado esteja diminuindo, mas, é nítido que ninguém aguenta mais o “mi mi mi” que se tornou esses eventos. No último sábado, no Rio de Janeiro, a presença de público foi visivelmente reduzida. Muitos atribuem esse esvaziamento ao fato de que apenas os apoiadores mais fervorosos – apelidados carinhosamente de “doidinhos” – continuam comparecendo em massa.
Essa mudança no comportamento da base bolsonarista tem gerado debates sobre o futuro do movimento conservador no Brasil. O desgaste provocado por conflitos internos e discursos radicais tem afastado parte dos eleitores e até mesmo lideranças do próprio campo da direita. Para muitos, o excesso de polêmicas e a constante exaltação ao ex-presidente têm tornado os eventos políticos cansativos e pouco produtivos.
Em Pernambuco, no entanto, a direita parece estar trilhando um caminho diferente. Lideranças locais têm mantido o foco em pautas conservadoras, mas sem o fanatismo que marcou o movimento nos últimos anos. Essa postura tem sido chamada por analistas de “direita lúcida” – uma vertente que busca se consolidar sem depender exclusivamente da metodologia extremista e sem os excessos que afastam eleitores moderados.
O cenário indica uma nova configuração para a direita brasileira: enquanto Bolsonaro ainda mantém influência significativa, cresce a demanda por um discurso mais equilibrado, voltado para a formulação de políticas públicas e a governabilidade, em vez da constante guerra ideológica. O país vive um momento conturbado com possível prisão de Jair Bolsonaro mais próxima do que nunca. É nítido também que essa prisão é simplesmente absurda tendo em vista os motivos pela qual se dará.
Quem está correndo por fora é o Governador de São Paulo e ex-ministro de Bolsonaro, Tarcísio. Ele tem justamente esse perfil de ser mais lúcido ao ponto de até mesmo fazer parcerias com o governo federal que navega em “águas da esquerda”.
Em tempo – Com Bolsonaro preso, Tarcísio assume o protagonismo da oposição ?