O jogador de vôlei Wallace Leandro foi suspenso por tempo indeterminado pelo Sada Cruzeiro, clube em que joga, após fazer uma enquete questionando fãs se eles atirariam no rosto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A publicação gerou revolta não somente da instituição mineira, como também Confederação Brasileira de Vôlei (CBV) e até mesmo Advocacia-Geral da União (AGU), acionada para investigar o caso.
Entenda
Wallace fez um post nas redes sociais com uma fotografia dele em um clube de tiro, disponibilizando a ferramenta de perguntas para os seguidores. Um deles perguntou se ele “daria um tiro na cara” do presidente Lula, ao que o campeão olímpico respondeu com a pergunta “alguém faria isso”, habilitando a opção de enquete no Instagram.
Embora Wallace, um conhecido apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro, tenha posteriormente apagado a publicação, o governo de Lula pediu sanções contra o jogador de vôlei, que se aposentou da seleção brasileira no ano passado.
“Já acionei a AGU e vamos tomar todas as providências necessárias. Não vamos tolerar ameaças feitas por extremistas e golpistas!”, escreveu Paulo Pimenta, ministro-chefe da Secretaria Especial de Comunicação (Secom) da Presidência da República, em sua conta oficial no Twitter.
“Antes de atleta, o jogador Wallace é um cidadão brasileiro e deve responder às nossas leis e instituições”, disse a ministra do Esporte, a ex-jogadora de vôlei Ana Moser, no Twitter. A publicação também foi condenada por seu clube, o Sada Cruzeiro, de Belo Horizonte/MG, e pela Confederação Brasileira de Vôlei (CBV).
“Vivemos um momento delicado, em que precisamos ter muita cautela com as nossas manifestações. As redes sociais podem parecer um espaço em que tudo está liberado, sem muita avaliação das possibilidades de interpretação, e isso é uma armadilha gigantesca. Reforçaremos com todo o nosso staff, atletas e comissão técnica sobre a importância da responsabilidade no uso das mídias digitais. Ressaltamos, principalmente, que a violência nunca deve ser exaltada ou estimulada, e da parte do Sada Cruzeiro pedimos sinceras desculpas a todos”, disse o clube, que posteriormente anunciou à suspensão de Wallace.
“A CBV repudia qualquer tipo de violência ou incitação a atos violentos, e entende que o esporte é uma ferramenta para propagação de valores como o respeito, a tolerância e a igualdade”, frisou a entidade, via equipe de comunicação. O artigo 286 do Código Penal descreve que incitar, publicamente, a prática de um crime pode gerar a detenção de três a seis meses, ou multa.
Após o caso, Wallace publicou, por meio de vídeo, um pedido de desculpas nas redes sociais. “Quem me conhece, sabe que eu jamais incitaria violência, em hipótese alguma, contra qualquer pessoa. Principalmente nosso presidente. Venho aqui pedir desculpas. Foi um post infeliz que eu acabei fazendo, errei. Estou aqui pedindo desculpas. Quando você erra não tem jeito. Tem que assumir o erro e se desculpar. Jamais tive a intenção de incitar violência e ódio. Não é da minha pessoa. Não foi isso que o esporte me ensinou”, declarou.
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Fonte: Folha PE