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Vice-campeão do ‘BBB 22’, Paulo André deve buscar Mundial em julho e Olimpíadas de 2024

O carismático PA, vice-campeão do “BBB 22”, voltará a ser o atleta Paulo André Camilo muito em breve. Pelo menos essa foi a promessa feita a seu pai e treinador, Carlos, antes do confinamento. O brother o fará, porém, de um patamar inédito de visibilidade na carreira e com a necessidade de dar uma resposta quase imediata nas pistas em virtude do tempo dedicado ao programa.

“Não sei como está a cabeça dele. Mas, pelo que eu o conheço, porque sou pai, técnico e amigo, ele reage rápido ao treinamento, conhece o corpo e fez, na medida do possível, treinos durante o programa. Tenho certeza de que a promessa será mantida”, aposta Carlos, que, antes de pegar no pé do filho nas pistas, deseja curti-lo. “Vou abraçar, beijar… Só depois é que vamos sentar, apenas a família, para opinar o que é melhor para ele. O Paulo André é quem vai traçar seu futuro”.

A frase é uma cutucada em Basílio de Moraes, ex-atleta e empresário do velocista. Foi ele quem o incentivou a entrar no “BBB“, mesmo contrariando a vontade do pai. Hoje, Carlos Camilo se diz feliz e orgulhoso com o desempenho do filho na casa.

Basílio e mais seis profissionais cuidaram da imagem do atleta enquanto o programa rolava na TV. Reformularam seus perfis nas redes e fizeram mutirões de votação para que ficasse no jogo. O “BBB” foi encarado como uma oportunidade de bombar as mídias pessoais e, no fim, ganhar dinheiro e popularidade.

Em parte, já deu certo: PA entrou na casa com 78 mil seguidores no Instagram. Esse número saltou para mais de 8 milhões. Assim, ele ultrapassou nomes importantes do atletismo, entre eles diversos campeões olímpicos e mundiais, e passou a sonhar alcançar o patamar da lenda jamaicana Usain Bolt, que acumula 11,3 milhões de fãs na mesma rede social.

“Nem se o Paulo André fosse medalhista de ouro dos Jogos Olímpicos conseguiria se manter em evidência na TV aberta, em horário nobre, por três meses seguidos. Ou seja, ele conseguiu uma exposição que o atletismo nunca o teria dado. E uma exposição muito positiva”, analisa Erich Beting, professor e consultor de marketing esportivo.

Para Paulo André marcar sua volta às pistas, é essencial que dispute o evento mais importante do ano: o Mundial de Eugene, em Oregon (EUA), de 15 a 24 de julho.

Campeão com o 4x100m no Mundial de Revezamento de Yokohama, no Japão, e no Pan-Americano de Lima, no Peru, ambos em 2019, além de semifinalista dos 100m em Tóquio no ano passado, o brother ainda não tem índice para esta competição. O período para a obtenção da marca começou em 27 de junho de 2021 e vai até o dia 26 de junho de 2022. Ele precisa correr 10s05, índice forte e estabelecido pela World Athletics. E pode obtê-lo em qualquer competição oficial.

A última chance será no Troféu Brasil, de 23 a 26 de junho, no Rio. PA tem como melhor marca homologada 10s02, de setembro de 2018.

“Pode não entregar este ano, mas no ano que vem entrega. PA é sinistro, e não duvidem do que pode apresentar agora mesmo”, avisa Carlos Camilo, que tratou o período de confinamento como se fosse o de uma lesão.

O patriarca lembra que lesões de gravidade média a alta custam três a quatro meses de treinos. E que, independentemente do “BBB“, PA não costuma competir antes de março, especialmente em anos de Mundiais Indoor. Em 2018, por exemplo, só estreou em abril.

Ele já havia decidido ficar fora do Mundial na Sérvia, em março, mesmo com índice para os 100m (10s07, em abril de 2021). Também ficou fora do Sul-Americano, em fevereiro, na Bolívia, para o qual foi convocado para os 60m pela Confederação Brasileira de Atletismo.

PA é atleta da Marinha do Brasil e tem patrocínio da Nike. Como faz parte da seleção permanente da Confederação Brasileira de Atletismo (CBAt), tem apoio proveniente das Loterias Caixa e também recebe Bolsa Atleta (do Espírito Santo). Mas pode perder os dois, porque pode sair da seleção. É que, depois do Ibero-Americano de Mucia, de 20 a 22 de maio, na Espanha, haverá uma avaliação, e sua permanência estará atrelada ao ranking. Se não competir até lá, pode ficar fora.

“Independentemente do resultado, PA foi o vencedor”, opina Bernardo Pontes, sócio da Alob Sports, empresa especializada em conectar atletas e personalidades a marcas.

“O “BBB” é uma aposta. Pode-se sair como fenômeno ou cancelado. Muitos acharam que ele era maluco, mas ele mostrou humildade, carisma e competitividade. Foi sincero, amigo e emotivo. Em Paris-2024, talvez o PA seja o maior atleta olímpico do Brasil. O país vai junto com ele agora”.

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Fonte: Folha PE

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