Com a crise e a diminuição das vagas de trabalho, o mercado brasileiro está cada vez mais competitivo e, com isso, as pessoas estão cada vez mais maneiras de melhorar o seu currículo. Logo, a venda de diplomas de nível Superior começou a ser uma prática frequente na internet.
Quando procuramos no Google sobre o assunto, é possível ver diversos sites vendendo diplomas. A prática é crime e quem for responsável pode ser preso por estelionato, como previsto no artigo 171 do Código Penal Brasileiro.
‘’Essa prática ficou comum no Brasil durante os últimos anos. Muita gente não tem tempo ou condições de cursar uma faculdade e decide por simplesmente comprar um diploma. O ideal mesmo é que essas pessoas pudessem estudar, mas existem um monte de variáveis nesse contexto’’, disse um educador de um grande grupo educacional que preferiu não se identificar.
Existem também vídeos que ensinam como comprar o seu diploma. No Youtube, um canal conta com mais de 205 mil visualizações só sobre esse tema. Além disso, eles também têm em torno de 83 mil subscritores, que são pessoas que assinam os conteúdos desse produto. Com isso, é possível ter uma noção da profundidade e interesse de certos brasileiros sobre o tema.
Em 2019, a Policia Federal desmontou um esquema em que era vendidos diplomas por até R$18mil reais, de instituições conceituadas e reconhecidas pelo MEC, como Anhanguera, Unicesumar e até instituições públicas como a USP.
Um caso parecido aconteceu no Ceará, dois anos depois, em que alunos afirmavam que pagavam até R$3mil reais por diplomas falsos emitidos por uma conhecida universidade local. A Operação Skopein, como foi chamada na época, tinha como foco combater a prática e impedir os responsáveis pela prática.
A investigação teve início quando policiais apreenderam diplomas falsos dentro do aeroporto da capital cearense, ainda em 2020. Durante o caso, foram sete mandados de busca e apreensão na universidade e uma casa situada próxima de Fortaleza, capital do estado.
A Delegada responsável pelo caso disse em entrevista na época que os diplomas falsos seriam cancelados assim que a investigação terminasse.
A procura também tem acontecido não só por diplomas do ensino superior, mas também diplomas de ensino escolar. Quando a pessoa não teve a oportunidade de concluir o ensino médio e necessita se inserir no mercado de trabalho, pois é requisito básico para entrar em muitas empresas, acabam recorrendo a compra deste tipo de documento.
De acordo com os criminosos na época, o valor dependia da qualidade da própria universidade e como ter o nome da mesma no currículo poderia trazer benefícios para o comprador.
Hoje, no ranking das mil melhores universidades, publicado periodicamente pela consultoria Shangai Ranking, o Brasil conta com 21, porém com nenhuma delas figurando entre as Top 100. A Universidade de São Paulo, a mais bem colocada de todas, está entre 101 e 150.
O primeiro lugar ficou com a Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conhecida por formar diversos nomes importantes do mundo no decorrer dos anos. O segundo e terceiro lugares também foram para instituições da Terra do Tio Sam, com o Instituto de Tecnologia de Massachusetts, o famoso MIT, seguido pela também prestigiada Stanford.
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Fonte: Folha PE