A rotina dos passageiros que se locomovem a partir do Terminal Integrado de Camaragibe, na Região Metropolitana do Recife (RMR), é marcada por uma série de inconstâncias. Se em alguns momentos do dia o movimento no TI beira a tranquilidade, em outros a demanda por ônibus não é suprida de forma adequada, relatam usuários. Por ser um dos principais alimentadores do corredor Leste/Oeste do BRT, as principais críticas feitas por usuários da integração são referentes às condições do transporte nessa modalidade.
Terceiro equipamento visitado pela Folha de Pernambuco para a série “TI: Próxima Estação”, o TI Camaragibe opera com 21 linhas de ônibus, além de contar com uma estação de metrô, e atende cerca de 51 mil passageiros diariamente.
Entre os principais contratempos descritos pelos passageiros que utilizam as linhas 2450 – TI Camaragibe/Conde da Boa Vista, 2480 – TI Camaragibe/Derby e 2490 – TI Camaragibe/Macaxeira estão problemas mecânicos que ocasionam interrupções nas viagens, a superlotação em horários de pico (em especial no início da manhã e no final da tarde), e o mau funcionamento dos ares-condicionados, que, em veículos com as janelas vedadas, intensifica o calor sentido pelos usuários e até pelos condutores.
O recepcionista Roberto Santos, 31, que se desloca todos os dias a partir do terminal com destino ao seu local de trabalho, conta que a deterioração dos ônibus que operam no Corredor Leste/Oeste traz consequências negativas para os passageiros, que, por vezes, precisam trocar de ônibus em decorrência de falhas mecânicas. “Além da superlotação, a maioria dos BRTs têm vários problemas mecânicos, muitos quebram no meio do caminho, deixando os passageiros na mão e tendo que esperar outro veículo. Além disso, os ares-condicionados não funcionam direito e a quentura dentro do ônibus incomoda bastante”, diz Roberto, que também chamou atenção para as filas grandes que se formam no TI Camaragibe.
Maria de Fátima, 31, estudante de serviço social, diz que o maior problema enfrentado no terminal também tem relação com os BRTs. “Na volta para casa, quase às 22h, os ônibus com destino ao TI Camaragibe demoram para vir e ficam muito cheios. Essa linha é bem concorrida; todo mundo quer voltar e às vezes o acesso aos ônibus é bem difícil por causa da superlotação”, conta a estudante, que pede um aumento na frequência dos ônibus, especialmente em horários mais avançados.
Maria de Fátima, estudante, reclama da superlotação nos BRTs
Em determinadas ocasiões, os problemas nos sistemas de refrigeração dos veículos fazem com que goteiras surjam no interior dos ônibus. A doméstica Lindaci Santana, 42, utiliza os BRTs diariamente e cita, além das queixas citadas por outros usuários ouvidos pela reportagem, o problema das goteiras. “Quando chove, ou até mesmo sem chuva, cai muita água dentro dos BRTs. Quanto ao terminal, é preciso de mais organização da fila. Em horários de pico, precisa de mais orientadores para organizar”, reclama Lindaci.
Recife é o lugar que você viaja até Camaragibe num BRT totalmente fechado, sem ventilação e o ar condicionado quebrado. A qualidade de transporte público europeu, que só igual
— ju do paninho (@esseNunes) December 20, 2022
O sistema de transporte via BRT – inaugurado como parte integrante do conjunto de obras realizado para a Copa do Mundo – está em operação no Grande Recife desde 2014. Já a integração de Camaragibe completa 21 anos de funcionamento em 2023. Atualmente, o terminal é administrado em esquema de parceria público-privada (PPP) pela empresa Nova Mobi Pernambuco, que assumiu, em 2022, a gestão dos terminais integrados e estações de BRT da RMR.
Pelas redes sociais, usuários também se queixam de problemas no sistema:
esse brt camaragibe derby, parece uma lata de sardinha de tão cheio que vem
— Malu Sales (@_malusalesss) March 20, 2023
flagraram o brt Camaragibe às 22 da noite https://t.co/hvIqbKvKGk
— Yas a ansiosa que VIU o paramore (@Iam_reiles) March 20, 2023
qualquer brt do ti camaragibe é horrível pqp um calor
— nanda (@wrldthv) March 20, 2023
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