A cada hora que passa desde domingo (18), quando o submarino Titan desapareceu no Atlântico, aumenta a tensão sobre a situação das cinco pessoas que estão a bordo.
A embarcação partiu com suprimento de oxigênio para cerca de 96 horas, e esse limite está cada vez mais próximo. John Mauger, da Guarda Costeira dos Estados Unidos, afirmou nesta quarta-feira (21), por volta de meio-dia no horário de Brasília, que o submarino teria cerca de 20 horas de oxigênio restantes.
Ou seja, haveria suprimento até aproximadamente 8h da manhã de quinta-feira.
Em entrevista à BBC News, o médico Ken Ledez, especialista em medicina hiperbárica de uma universidade em St John’s, Newfoundland, no Canadá — ponto de onde o Titan saiu para visitar destroços do Titanic no fundo do mar —, afirmou que a sobrevivência após o oxigênio eventualmente acabar dependeria do metabolismo de cada pessoa.
Ele acrescenta que, nessas circunstâncias, alguns poderiam sobreviver por mais tempo do que outros.
“Não é como [de repente] apagar a luz pelo interruptor. É mais como escalar uma montanha”, diz Ledez.
“Eles vão precisar fazer tudo o que puderem para reduzir o consumo de oxigênio: descansar, tentar ficar o mais relaxados e calmos possível.”
Caso fiquem muito ativas, pessoas nessa situação extrema podem acabar acelerando o metabolismo e aumentando a necessidade de oxigênio.
O médico explica ainda que a hipotermia (a baixa temperatura corporal) pode ajudar.
“Existe a possibilidade de que eles percam temperatura a ponto de perder a consciência e possam sobreviver a isso… O batimento cardíaco pode ficar muito lento quando está frio.”
“Eles poderiam continuar [vivos] uma semana depois do limite? Duvido. Mas alguns podem sobreviver mais do que outros.”
Embora a situação esteja cada vez mais crítica, conforme vem alertando a Guarda Costeira americana, alguns têm apontado que a contagem de horas de suprimento de oxigênio disponível não é tão rígida.
Bobbie Scholley, que já foi mergulhador da Marinha americana, afirmou à BBC que ainda há esperança, mesmo depois de quinta-feira de manhã.
“Todo mundo está focado na janela de 96 horas do suprimento, mas esse não é um número rígido. Eu sei que as equipes de busca não estão focadas neste número rígido”, disse Scholley.
“Esta continuará a ser uma missão de resgate mesmo depois desse número. Isso me dá esperança.”
“Eles farão de tudo para se manterem calmos, respirarem superficialmente e preservarem o oxigênio pelo maior tempo possível”, afirmou Fanning.
Fonte: BBC
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