sindicato-dos-servidores-afirma-que-decreto-e-“acodado”-e-apela-para-que-governadora-reveja-medida

Sindicato dos servidores afirma que decreto é “açodado” e apela para que governadora reveja medida

O presidente do Sindicato dos Servidores Públicos de Pernambuco (Sindserpe), Renilson Oliveira, considerou “açodado” o decreto da governadora Raquel Lyra (PSDB) publicado na terça-feira, no Diário Oficial do Estado, e que, entre outras coisas, exonerou os comissionados; dispensou funções gratificadas, revogou todas as cessões de servidores e suspendeu licenças e férias. “Ela precisa rever esse decreto”, apelou, informando que a entidade acionou a assessoria jurídica para analisar a legalidade da medida. 

“O decreto é de quem desconhece o funcionamento da máquina. Quem faz a política pública caminhar são os servidores. Sem eles, a máquina para. A governadora tem experiência na Prefeitura de Caruaru (foi prefeita de 2016 até o início do ano passado), mas ainda não conhece a realidade do Estado”, alfinetou.

O sindicalista disse que a categoria foi pega de surpresa porque não houve qualquer conversa sobre o assunto. “Esse é um decreto ansioso, de quem quer fazer logo as coisas. Mas é preciso ter cuidado. O ritmo aqui é outro”, alertou. Para Renilson, a medida pode “criar o caos” entre a categoria. “Sabemos que é uma prerrogativa do Governo, mas para tudo funcionar, o servidor precisa de tranquilidade, e ela foi tirada hoje (ontem) 

Renilson Oliveira pontuou que a governadora não considerou o lado financeiro dos servidores que estão há quase dez anos recebendo gratificação nem levou em conta o ritmo de vida dos que estão cedidos a outros órgãos há quase duas décadas e, segundo ele, trabalhando.

Ele também observou que a reforma administrativa pensada pela gestora deve compreender uma arrumação “de cima para baixo”. “A governadora sabe que ninguém governa por decreto, mas, sim, conhecendo o dia a dia. Depois de nomear o primeiro escalão seria preciso que antes os secretários escolhessem os diretores e fizessem um levantamento interno de suas necessidades, estabelecendo o número de servidores de que precisam”, sugeriu, estimando para isso um período de 30 a 60 dias. 

Pernambuco tem 235 mil servidores públicos (125 mil na ativa; 67 mil aposentados e os outros são pensionistas). Até o ano passado o Estado tinha cerca de 40 mil contratos temporários. O sindicato não sabe quantos contratos terceirizados existem porque essa relação é feita diretamente com as empresas e não passa pela entidade. “Para os contratos temporários, precisamos de concurso”, enfatizou Renilson Oliveira.

Reorganização


Para o cientista político Antônio Henrique Lucena, o  que a governadora está fazendo é uma grande reorganização administrativa no Estado. “Essas retiradas de comissionados e funções gratificadas são comuns quando ocorrem mudanças na gestão. Até porque a tendência é que se coloquem aliados ou pessoas mais próximas nos cargos de confiança”, avalia.

Ele levanta a possibilidade de a mudança ter sido brusca, mas aponta que pode representar redução de despesas com a folha de pagamento. “Depois de 16 anos no poder do PSB, algumas pessoas se acostumaram nos cargos e pensaram ser lugar cativo. Não é lugar cativo. Eu vejo com naturalidade. Novo governo, novos interesses, novas pessoas. Quem estava no cargo, claro, obviamente vai reclamar das mudanças”, declara.

Veja também

About Redação

Veja também

Paulo Farias é Cotado para a Presidência da Câmara Municipal do Cabo de Santo Agostinho

Por Luiz Gonzaga Jr – Hoje Pernambuco Paulo Farias, recém-eleito vereador do Cabo de Santo …