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Sem redes sociais, o método ‘old school’ da Austrália



Valores ‘old school’, como rejeição às redes sociais e métodos tradicionais de gestão: essa foi a fórmula da Austrália para superar a fase de grupos da Copa do Mundo de 2022 e, agora, a equipe espera surpreender a Argentina de Lionel Messi nas oitavas de final

O técnico australiano e ex-atacante da seleção, Graham Arnold, odeia as redes sociais e tudo o que as acompanha.

“Você vê perdedores que conseguem algo e que comemoram e ficam animados demais”, explicou Arnold depois que Mathew Leckie marcou o gol da vitória contra a Dinamarca (1 a 0) na quarta-feira, que garantiu o segundo lugar no grupo D.

“Ficam nas redes sociais até as quatro ou cinco da manhã lendo todos aqueles comentários e tapinhas nas costas, tudo isso”, explicou. “Já estou nisso há tempo suficiente para saber que o mais importante é a recuperação, o sono e garantir que se faça tudo para estar pronto para o próximo jogo”, comentou.

As expectativas da Austrália nesta Copa do Mundo não pareciam muito elevadas. E o cenário ficou ainda pior depois da derrota de 4 a 1 na estreia contra a França. 

Mas as vitórias subsequentes contra a Tunísia e a Dinamarca (1-0 nos dois jogos) abriram as portas para as oitavas de final. 

A atual geração pode, assim, emular a equipe que disputou o Mundial da Alemanha-2006, quando Harry Kewell, Tim Cahill e Mark Viduka conseguiram levar a equipe à mesma fase.

Graham Arnold deixou claro que o plantel atual pode ser uma “nova geração de ouro” e com esse objetivo desenhou a configuração da equipe. 

Informado que o treinador da Inglaterra, Gareth Southgate, declarou que recompensaria seus jogadores permitindo que eles tomassem um grande milkshake, Arnold foi questionado se ele também planejava um presente semelhante. Ele sorriu e ergueu uma garrafa de água. 

E logo em seguida continuou com sua ‘missão’ contra as redes sociais.

“Se lerem coisas negativas, não dormirão bem”, insistiu. 

“Então, eu sempre digo aos garotos que sorriam antes de dormir, ouçam a música que gostam e sejam felizes antes de dormir”, ressaltou.

Auxiliar de Hiddink 


Graham Arnold, ou ‘Arnie’ como alguns o chamam, é uma espécie de dinossauro no futebol hoje, mas a estratégia tem dado razão a ele. 

O treinador defende o trabalho duro, capacidade de luta e a “mentalidade certa”. 

Ele jogou na década de 1990 na Holanda (Roda, NAC Breda), Bélgica (RFC Liège, Charleroi) e Japão (Sanfrecce Hiroshima), bem como na Austrália. 

Não é, portanto, um novato. Assumiu o cargo de técnico da seleção em 2018, mas antes disso foi auxiliar de Guus Hiddink quando o holandês treinou os ‘Socceroos’ e conquistou a classificação para as oitavas de final da Copa do Mundo de 2006. 

Naquelas oitavas de final, o time enfrentou a Itália – futura campeã -, que sofreu para vencer por 1 a 0. 

No sábado, contra a Argentina e contra Messi, Graham Arnold espera que seus jogadores não fiquem impressionados e mantenham a calma. 

“Por mais que eu tente rir e mantê-los felizes, houve algum nervosismo (na última partida contra a Dinamarca) porque a maioria desses jogadores nunca esteve nesta posição antes e esta é uma experiência nova para eles”, comentou.

Sua experiência, portanto, parece fundamental para continuar orientando os jogadores no caminho certo no Catar-2022 e até surpreender a Argentina.

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Fonte: Folha PE

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